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DA SEXAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 30-6-2010.
Aos
trinta dias do mês de junho do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos
vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini,
Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz,
Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas e Sebastião Melo.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni,
André Carús, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Mario Manfro, Maristela
Maffei, Maurício Dziedricki, Nilo Santos, Paulo Marques, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo
vereador André Carús, o Projeto de Lei do Legislativo nº 099/10 (Processo nº
2272/10); pelo vereador Beto Moesch, o Projeto de Resolução nº 017/10 (Processo
nº 2573/10); pelo vereador Maurício Dziedricki, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 109/10 (Processo nº 2527/10); pelo vereador Nilo Santos, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 110/10 (Processo nº 2528/10); e pela vereadora Sofia Cavedon, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 111/10 (Processo nº 2555/10). Após, foi
apregoada a Emenda nº 03, de autoria do vereador Dr. Raul, Líder da Bancada do
PMDB, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/09 (Processo nº
2408/09). Também, foi apregoado o Ofício nº 652/10, do senhor Prefeito,
encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Legislativo nº 161/09 (Processo
nº 3619/09). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Dr. Thiago Duarte (Processo nº 2595/10),
deferido pelo senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias cinco e
seis de julho do corrente, no Seminário Internacional “Políticas sobre Drogas”,
na Câmara dos Deputados, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 575440, 576484, 576805 e 577212/10, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas
da Quinquagésima Terceira Sessão Ordinária, da Sexta Sessão Extraordinária e da
Nona, Décima, Décima Primeira, Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta,
Décima Quinta, Décima Sexta e Décima Sétima Sessões Solenes. Em TEMPO DE
PRESIDENTE, pronunciou-se o vereador Nelcir Tessaro. A seguir, o vereador Pedro
Ruas formulou Requerimento verbal, solicitando tempo para pronunciamento nos
termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas, Nilo Santos, Luiz Braz,
Maristela Maffei e João Antonio Dib. Na oportunidade, foi apregoado o Ofício nº
660/10, do senhor Prefeito, encaminhando documentação relativa à Redação Final
do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07 (Processo nº 6777/07). Também, o vereador
Alceu Brasinha manifestou-se acerca dos pronunciamentos efetuados pelos
senhores vereadores em Comunicação de Líder. Ainda, o vereador Nilo Santos formulou
Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no
pronunciamento do vereador Luiz Braz em Comunicação de Líder. Após, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foram
apreciados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 057 e
060/10 (Processos nos 2557 e 2654/10, respectivamente). Em Votação,
foi aprovado o Requerimento nº 043/10 (Processo nº 2140/10). Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 056/10 (Processo nº 2542/10), após ser encaminhado à
votação pelos vereadores André Carús, Sebastião Melo, Pedro Ruas, Maristela
Maffei, Airto Ferronato, Fernanda Melchionna e Engenheiro Comassetto. Na
ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Reginaldo Pujol (Processo nº 2659/10), deferido pelo
senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de hoje, em
reunião do Parlamento MERCOSUL, na Câmara dos Deputados, em Brasília – DF. Em
prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Sebastião
Melo, solicitando que a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 015/09 (Processo nº 2408/09) fosse dispensada do envio à
apreciação de Comissões Permanentes. Também, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Sebastião Melo, solicitando votação em destaque para as
Emendas nos 01, 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 015/09. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 015/09 (Processo nº 2408/09), após ser
discutido pelos vereadores Sebastião Melo, Carlos Todeschini, Toni Proença, Dr.
Raul, Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim, Maristela Maffei e Adeli Sell. Na
oportunidade, o vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, posteriormente
retirado pelo autor, solicitando verificação de quórum. A seguir, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Sebastião Melo, solicitando votação
conjunta das Emendas nos 01, 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 015/09. Foram votadas destacada e conjuntamente
e aprovadas as Emendas nos 01, 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 015/09. Foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 015/09. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/07 (Processo nº
4808/07), após ser encaminhado à votação pelos vereadores Engenheiro Comassetto
e Bernardino Vendruscolo. Também, foi aprovado Requerimento de autoria do
vereador João Antonio Dib, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da
discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 043/09 (Processo nº 1175/09). Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº
015/10 e o Projeto de Resolução nº 004/10 (Processos nos 0541 e
0547/10, respectivamente). Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 055/10 (Processo nº
2541/10). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 242/09 (Processo nº 5432/09). Após, o senhor Presidente declarou
encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 264/09, 082, 095 e
098/10, este discutido pelo vereador André Carús; em 2ª Sessão, o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 013/10. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
os vereadores Dr. Thiago Duarte e Idenir Cecchim e a vereadora Sofia Cavedon. Durante a Sessão, foram registradas as
seguintes presenças: do senhor José de Jesus Santos, Presidente do Sindicato da
Hotelaria e da Gastronomia de Porto Alegre – SINDIPOA –; do senhor Ederon Amaro
Soares da Silva, ex-Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Ordem
dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – OAB/RS –; do senhor
Sandro Chimendes, Presidente da União das Associações de Moradores de Porto
Alegre – UAMPA –; e do senhor Raul Sérgio dos Santos, Conselheiro da Região
Lomba do Pinheiro do Orçamento Participativo. Às dezessete horas e um minuto,
nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir
Tessaro, Mauro Pinheiro e João Antonio Dib e secretariados pelos vereadores
Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel. Do que eu, Bernardino Vendruscolo,
1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito ao Ver. Mauro Pinheiro, 2º
Vice-Presidente desta Casa, que assuma a presidência, pois desejo fazer uso do
Tempo de Presidente.
(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Tempo
de Presidente.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; solicito que o tempo fique
liberado, para eu poder fazer uso dele. Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste, senhoras e senhores da imprensa; uso esta
tribuna, colegas Vereadores, para fazer a minha manifestação diante do fato
ocorrido ontem, nesta Casa, fato este sem precedente. Os Vereadores da CCJ
levaram ao Sr. Prefeito Municipal, José Fortunati, o Relatório, o processo
original do Plano Diretor. Primeiro, eu quero recuperar um pouco a história do
Plano Diretor. No dia 26 de maio, vindo o Projeto do Plano Diretor, este foi
encaminhado à CCJ, para que pudesse proceder à Redação Final, e então dar-se
conhecimento aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras - pois todos os
Vereadores votaram este Plano Diretor e não apenas a CCJ -, para podermos
encaminhar ao Executivo. Esse Projeto ficou na CCJ para análise por trinta e
quatro dias. Ontem, às 11 horas, fui informado pela reportagem do Jornal do
Comércio que o Processo não havia sido entregue. Imediatamente, solicitei ao
Diretor Legislativo que verificasse junto à CCJ, para que pudéssemos fazer a
entrega do Processo. Fui informado, então, que ele havia sido concluído e - o
Processo todo - seria entregue à presidência. Mas, para minha surpresa, não foi
entregue à presidência; a CCJ já havia agendado com o Sr. Prefeito Municipal,
para entregar a ele, às 16 horas de ontem. Foi um agendamento feito pela CCJ,
talvez usando de um expediente que eu tenho com o Chefe de Gabinete, para fazer
os agendamentos da presidência, para o qual não dependo de outro Vereador ou de
alguma Comissão para fazê-lo. É a presidência que promove os agendamentos de
suas atividades, e não nenhum outro Vereador.
Eu liguei para o Sr. Prefeito Municipal e
comuniquei que eu não teria condições de fazer essa entrega ontem à tarde, pois
eu tinha outros compromissos, e sugeri que a entrega fosse transferida para
quinta-feira pela manhã, com a presença de todos os Vereadores, pois, afinal de
contas, todos os Vereadores votaram o Projeto do Plano Diretor, tendo alguns,
inclusive, apresentado Emendas, Ver. Sebastião Melo; aliás, foi sob sua batuta
que essas discussões foram aprovadas, então, nada mais justo que o senhor
estivesse presente, assim como o Vereador-Relator, João Antonio Dib. Mas, para
minha surpresa, às 16 horas, novamente liguei para o Ver. Pujol, que me disse
depender do Presidente da CCJ, pois já havia o agendamento.
Quero dizer que o Regimento prevê que o Presidente
representa a Casa em todos os efeitos legais, e a entrega do Plano Diretor
junto ao Executivo é um efeito legal. Ou seja, não se pode deixar de fora um
Vereador, qualquer que seja, desta homenagem. E não se tratam de holofotes. Eu
tenho certeza que os Vereadores queriam entregá-lo, em razão do trabalho árduo
que desempenharam quando da votação, no ano passado, e também para a aprovação
da Redação Final nos últimos seis meses. Não é justificável que uma Comissão
segure um processo por 33 dias, assine o Relatório às 11 horas e queira fazer a
entrega às 16 horas do mesmo dia. Além de não ser admissível, é muito
deselegante. Eu quero cumprimentar, através do Gil Almeida, que estava presente
aqui, a elegância e a coerência do Sr. Prefeito, José Fortunati, que devolveu o
Processo para esta Casa. Ele o devolveu, porque foi entregue ao Executivo de
forma irregular, porque foi enviado na sua forma original, sendo que nós
tínhamos de fazer cópias e entregar um projeto adequado, que pudesse ser
sancionado pelo Sr. Prefeito Municipal.
Eu quero aqui apenas manifestar a minha
irresignação com uma atitude como esta, pois eu entendo que todas as Comissões
são da Casa. Os Vereadores são independentes e, como foi remetido pela
presidência da Casa para a CCJ, cabe o retorno e o protocolo à correta
tramitação dos Projetos dentro da Casa. Respeito a atitude e o conhecimento do
Ver. Pedro Ruas, um grande jurista, por isso fico irresignado ao saber que o
grande jurista, candidato a Governador, não respeita regimentos e leis. Não
respeita regimentos e leis! Não sei se o plano de trabalho de Governo também é
nesse sentido. Eu só quero dizer que, de maneira alguma, eu posso aceitar isto.
Quero convocar todos os Vereadores para que procedam à entrega ao Sr. Prefeito
Municipal, de forma correta; que todos os Vereadores participem dessa entrega
ao Sr. Prefeito Municipal. E o Secretário do Planejamento, da mesma forma como
atuou ontem, sabendo da forma irregular, que participe novamente da entrega.
Que os técnicos da Casa que assessoraram, que os técnicos da Secretaria
Municipal do Planejamento participem do trabalho árduo que fizeram, analisando
planta por planta, para podermos fazer com que seja adequado. Quero aqui, neste
Tempo de Presidente, dizer que não foram quatro Vereadores que votaram este
Plano Diretor; foram os 36 Vereadores desta Casa, e assim os 36 Vereadores é
que deveriam entregá-lo, não precisando de foto nenhuma, de convocação de
imprensa nenhuma. A imprensa ficaria sabendo. Nós não precisamos, agora, nas
vésperas de fazer uma caminhada política, buscar promoções pessoais num ato,
num projeto que modifica, que faz com que Porto Alegre seja mais moderna.
Esta é a minha manifestação. Eu quero que os Srs.
Vereadores e as Sras Vereadoras compreendam, porque nós temos que
seguir as normas regimentais desta Casa, e as normas regimentais desta Casa são
dessa maneira. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Nelcir Tessaro reassume a presidência dos trabalhos)
O SR. PEDRO RUAS
(Requerimento): Solicito
a V. Exª para falar em Tempo Especial, de acordo com o art. 94.
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): Vou
analisar, Vereador.
O SR. PEDRO RUAS
(Requerimento): Solicito
falar em Tempo de Liderança.
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver.
Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu falaria num
tom em Tempo Especial, mas falo em outro, na Liderança do meu Partido. O Regimento
Interno, nos arts. 113, 114, estabelece que a Redação Final é da competência da
Comissão de Justiça da Casa; da Comissão de Justiça da Casa! Não foi o Ver.
Pedro Ruas! E V. Exª não teve coragem de dizer os outros nomes. Estava lá o
Líder do PSDB, Ver. Luiz Braz; o Líder do Democratas, Ver. Reginaldo Pujol; a Vereadora
do PT, Maria Celeste; toda a Comissão de Justiça decidiu. Que interesse teria
este Vereador em levar o Projeto? Holofotes! Precisa V. Exª desse tipo de
holofote; holofotes de quinta categoria. Tenho mais holofotes que esses,
Vereador, se precisar.
Vossa Excelência não é o dono da Casa; é somente o
Presidente! Somente o Presidente! Não vai desrespeitar a Comissão de
Constituição e Justiça que nomeou um dos Vereadores mais experientes da Casa,
com o qual não tenho qualquer afinidade política: Sua Excelência o Ver.
Reginaldo Pujol, Líder do Democratas, adversário do meu Partido. Todos os
integrantes da Comissão de Justiça queriam a entrega, já cobrada pelo Sr.
Prefeito Municipal.
Não é verdade que foi irregular. Não há nenhuma
irregularidade. Irregular é o que V. Exª disse aqui: que foi entregue o
original. Está na Casa o original, Vereador. Um Presidente, minimamente
informado, teria que saber que o original da Redação Final não sai da Casa.
Foram entregues duas cópias ao Prefeito Fortunati.
Vossa Excelência faz um ofício requerendo de volta
a Redação Final, e não contou aqui que fez o ofício! Não contou aqui, e vem
dizer que o Prefeito devolveu por irregular. Não é verdade! Não é verdade! O
Presidente fez um ofício, pedindo de volta a Redação Final. Não teve a coragem
de dizer, aqui na tribuna, que fez um pedido às escondidas; duvido que tenha
consultado alguma Liderança da Casa. Duvido!
Vossa Excelência não é dono da Casa; é somente o
Presidente de um acordo! Não vai desrespeitar a Comissão de Justiça da Casa!
Muito antes de V. Exª pensar em ser Vereador, o Ver. Luiz Braz já tinha quatro,
cinco mandatos; o Ver. Reginaldo Pujol já tinha seis ou sete; eu tinha três; a
Verª Maria Celeste tinha sido Presidenta da Casa. Vossa Excelência não tem nada
para nos ensinar, nada! Mas tem para aprender, e vai aprender a partir de hoje:
vai aprender a respeitar as Comissões Permanentes da Casa, vai aprender a
respeitar os Vereadores, vai aprender a respeitar o povo de Porto Alegre! Nós
não estamos aqui porque queremos, nós não convivemos porque queremos; nós somos
representantes do povo de Porto Alegre, e V. Exª preside uma Casa, não é dono
da Casa! Usou inverdades ao dizer que o Prefeito concluiu pela irregularidade;
é falso, eu falei com Sua Excelência. V. Exª mandou um Ofício, V. Exª não
queria que o Projeto saísse daqui; V. Exª queria mantê-lo aqui e não disse que
eu e o Ver. Pujol fomos à sua sala, marcamos horário para convidá-lo para
entregar o Projeto junto com a Comissão de Constituição e Justiça. Estávamos lá,
Ver. João Dib, eu e o Ver. Pujol, representando a Comissão de Constituição e
Justiça, na Sala do Presidente, convidando-o. Ele recusou! Ele recusou!
Nós teremos outros desdobramentos, a partir deste
momento, inevitáveis. Inédito foi o que aconteceu, de um Presidente da Casa
pedir de volta a Redação Final de um Projeto! Holofote... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos o Ofício enviado pelo Sr. José
Fortunati, Prefeito Municipal de Porto Alegre, que diz (Lê.): “Sr. Presidente,
ao cumprimentá-lo cordialmente, e em atendimento ao Ofício nº 028/10, dessa
Presidência, encaminho, em anexo, por sua solicitação, a devolução da
documentação relativa à Redação Final do PLCE nº 008/07, Processo nº 6.777/07.
Atenciosamente, José Fortunati, Prefeito”.
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Exmo Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, que muito nos honra
na Presidência desta Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhores e senhoras, eu quero dizer, Ver. Pedro Ruas, com todo o respeito que
tenho pelo senhor, que citou o tempo de mandato de alguns Vereadores - e eu sou
novo na Casa -, se for por tempo de Casa, os servidores desta Casa mandam muito
mais que o senhor.
(Manifestação fora do microfone do Ver. Pedro
Ruas.)
O SR. NILO
SANTOS: Eu o ouvi atentamente, Ver. Pedro Ruas, sei que o senhor está nervoso,
está alterado; é claro que numa situação dessas qualquer ser humano fica alterado,
ofendido. Assim como o Presidente se sentiu ofendido, assim como eu me senti
ofendido, assim como muitos outros Vereadores estão ofendidos, porque todos
gostaríamos de participar da entrega do Plano Diretor ao Prefeito. É claro que
nós gostaríamos, porque todos se envolveram de alguma forma ou de outra, Ver.
Pedro Ruas. Foi uma construção coletiva, não foi uma construção apenas da CCJ,
que tem o seu valor, sim, e goza do nosso respeito, Ver. Pedro Ruas, mas as
Bancadas e os Vereadores foram desrespeitados. Faltou ética, Ver. Pedro Ruas!
Faltou ética, sim.
O Presidente desta Casa representa os 36
Vereadores; a CCJ não representa os 36 Vereadores. O senhor vai-me desculpar,
talvez pela minha ignorância por estar há pouco nesta Casa, mas a minha
ignorância sinaliza, Ver. Pedro Ruas, que a CCJ não representa os 36 Vereadores
desta Casa. A minha ignorância me informa, Ver. Pedro Ruas, que o Presidente,
sim, representa os 36 Vereadores. Então, vamos com calma; um erro não justifica
o outro. Os senhores erraram, claro que erraram, não houve sequer a consulta
aos líderes de bancada, Ver. Idenir Cecchim.
Todos os Partidos se envolveram - Verª Maristela
Maffei, Ver. Tarciso Flecha Negra, Ver. Mario Manfro - na discussão, na
elaboração do Plano Diretor, mas na hora da entrega, ora, quem vai? A CCJ,
presidida por V. Exª Mas o que é isso, Ver. Pedro Ruas? Aqui não! As coisas têm
limite, Ver. Pedro Ruas; têm limite! Se tivessem sentado conosco e nos dito que
a CCJ representaria a Casa, Ver. Waldir Canal, tudo bem! Parece que alguns
araram, plantaram e não conseguiram colher! Com todo respeito que tenho à CCJ,
Ver. Luiz Braz, mas isso deveria ser compartilhado com os 36 Vereadores. E a
CCJ, até onde este pobre ignorante, chegando agora, entende, não representa os
36 Vereadores num ato desses.
Vamos com calma, Ver. Pedro Ruas! O senhor é um
homem inteligente, o senhor é um político inteligente, o senhor tem estrada,
mas não nos menospreze dessa forma, achando que nós também não temos
inteligência. Nós temos inteligência e a nossa inteligência sinaliza que
agiram, sim, de uma forma açodada, agiram de uma forma que não é legal, de uma
forma ilegal, antiética. Nós todos gostaríamos de ter participado dessa
entrega, nós todos gostaríamos, sim, de entregar ao Prefeito o que a Casa
construiu, o que a Câmara de Vereadores ajudou a construir para que a nossa
Cidade se desenvolva de uma forma melhor. Se o Presidente desta Casa tivesse
participado, os 36 Vereadores estariam representados, mas eu, por exemplo, não
estava representado pela sua presença lá; o senhor é o Presidente da CCJ, o
senhor não é o Presidente da Casa, o Presidente da Casa é o Ver. Nelcir
Tessaro, o senhor é o Presidente da CCJ, o senhor preside a CCJ, a Comissão de
Constituição e Justiça, não a presidência da Casa. Esse foi um erro, Ver. Pedro
Ruas, o que não nos deixa de continuar a lhe considerar um bom amigo e um
grande Vereador. Obrigado, senhores e senhoras.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, toda a sociedade estava esperando que nós terminássemos o trabalho de
revisão do Plano Diretor e pudéssemos levar esse trabalho rapidamente ao Sr.
Prefeito Municipal. E a Comissão de Constituição e Justiça acelerou o trabalho
de Redação Final, com muito esmero, para não deixar nenhum erro, e quando
concluímos, imediatamente o Presidente da Comissão, Ver. Pedro Ruas, juntamente
com o Vice-Presidente, Ver. Reginaldo Pujol, dirigiram-se ao Presidente da
Casa, levando o Processo, para convidá-lo a ir ao Prefeito Municipal para
entregar a Revisão Final do Plano Diretor. Isso foi ontem, Ver. João Dib. E o
que falou o Presidente da Casa: “não, eu tenho coisas mais importantes; só
posso quinta-feira”. Ontem era terça-feira, ora, vamos esperar até
quinta-feira, porque o Presidente da Casa não tem tempo?! E não é a primeira
vez que isso acontece, porque quando votamos aqui o Projeto para regular os atacados
- e isso não faz muito tempo, foi há uma semana ou um pouco mais -, o
Presidente da Casa segurou aqui a Redação Final até que o Conselho do Plano
Diretor pudesse decidir, e esta Casa simplesmente teve jogado água abaixo
aquilo que foi decidido.
Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa, V. Exª
é Presidente em nome de todos os Vereadores, mas não é o dono da Casa! V. Exª
não pode tomar as atitudes que bem entende, pensando que vai atropelar todos os
Vereadores e desconsiderar a Comissão de Constituição e Justiça, que é a mais
importante da Casa, porque por lá passam todos os projetos. V. Exª acha que tem
tamanho suficiente para atropelar todo o mundo. A Comissão de Justiça V. Exª
não vai atropelar!
Eu vou sugerir ao Presidente da Comissão que se
faça uma reunião para ver qual atitude tomar, porque qualquer coisa, qualquer
atitude sua, Sr. Presidente, não é maior do que a decisão da Comissão de
Justiça. Todas as decisões da Mesa passam pela Comissão de Justiça. Eu quero
ver V. Exª presidir esta Casa sem a Comissão de Justiça. A Comissão de Justiça
trabalha sem V. Exª, mas V. Exª não trabalha sem a Comissão de Justiça.
O que V. Exª fez, solicitando, por meio de Ofício,
que o Processo retornasse a esta Casa, não é digno, não é honesto, enxovalhou
esta Casa, deixou mal todos os Vereadores, até a sua própria Bancada ficou mal,
porque tem que partir em defesa de V. Exª É claro, se eu fosse da Bancada de V.
Exª, eu teria que partir em sua defesa; deixou mal a sua Bancada, porque V. Exª
agiu com vaidade, com presunção.
E no caso dos atacados, como V. Exª agiu, se
deixou, por duas semanas, o Projeto mofando aqui, a Redação Final mofando aqui?
V. Exª agiu como? Em interesse próprio? Um Presidente da Casa não age em
interesse próprio, age no interesse da Instituição, e V. Exª não agiu em defesa
da Instituição, pensou somente em si, na sua vaidade, na sua presunção, e jogou
a Comissão de Constituição e Justiça em uma
situação em que não gostaríamos de ter ficado. Simplesmente aquilo que fizemos,
ontem, indo ao Sr. Prefeito Municipal, depois de ter convidado V. Exª, tudo
isso foi atirado no lixo! A Casa foi atirada no lixo, porque o comentário
geral, hoje, é que nós cometemos um ato absolutamente falho, e, por isso, fomos
repreendidos. Com isso, a sociedade está perdendo, porque, afinal de contas,
essa legislação do Plano Diretor, que precisaria, imediatamente, estar servindo
à sociedade, está servindo apenas à vaidade do Sr. Nelcir Tessaro. Isso não é
justo, não é honesto para Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, eu
acho que esta Casa também está pecando muito, porque os Srs. Vereadores devem
respeitá-lo, porque se o senhor não podia, se tinha outro compromisso, não
deveria haver esse desfile de Vereadores querendo dar estas palavras para o
senhor. Então, Ver. Nelcir Tessaro, quero dizer que, quando a Presidenta era a
Verª Maria Celeste, e eu era o 1º Secretário, nós trabalhamos intensamente.
Também temos que defender isso; então, nós todos queríamos estar juntos.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Feito o
registro, Ver. Brasinha.
O SR. NILO SANTOS (Requerimento): Sr.
Presidente, humildemente quero solicitar ao Ver. Luiz Braz que retire do seu
discurso de que a CCJ é a Comissão mais importante da Casa, porque me parece
que no Regimento não existe nenhuma supercomissão; todas têm o seu valor.
Apenas isso.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, há coisas que
lamentamos muito. O art. 17 do Regimento deixa muito claro, o Legislativo é
como se fosse qualquer outra instituição. Falta, muitas vezes, sensibilidade de
todos os lados, nós sabemos. Esta Casa não é diferente. Por exemplo, temos um
Projeto, hoje, para ser votado, que é superimportante. Que crise é essa hoje?
Não vamos poder votar o Projeto, Ver. Sebastião Melo? E os outros? Eu não tenho
Bancada nesta Casa, sou Suplente, mas me sinto tão importante como qualquer Parlamentar
daqui no cumprimento da legislação e da elaboração de qualquer projeto, de
qualquer processo. Hoje, eu estou imbuída... Aqui eu estou Vereadora e represento a Bancada
do meu Partido, do PCdoB. Eu não tive nenhuma comunicação, a nossa Bancada, no
caso, neste momento, ou a Verª Maristela Maffei, do PCdoB, não foi convidada
para entregar o Plano. Tive Emendas e tive participações aqui. Quero dizer ao
Ver. Pedro Ruas, a quem tenho muita estima, respeito e admiração, como por
qualquer outra Comissão desta Casa. E não existe no Regimento qualquer dizer
jurídico que diga que uma Comissão tem mais poder ou menos poder. Não diz nada.
Mas diz, no Regimento, no art. 17, que compete ao Presidente - que não é um
ente isolado - trazer para este Plenário, para todos nós sermos convidados a
irmos lá. O que compete a uma Comissão? Compete à Comissão terminar a sua
Redação. O resto, eu sou tão importante quanto qualquer outro Vereador que
votou, seja qual for. Portanto, o meu juízo não é com o Ver. Pedro Ruas, não é
com o Ver. Tessaro, é com o Regimento desta Casa. Está-se criando uma crise,
quando nós temos que votar vários projetos importantes, quando nós temos que
receber de volta este Processo da Comissão e retomarmos urgentemente, porque a
crise já está dada. Nós temos que receber, como foi recebido, e temos que
reorganizar, com os 36 Vereadores, com os Presidentes das Comissões, juntamente
com o Presidente, para recuperarmos o tempo que estamos perdendo. Eu não sei
qual o problema, teve alguma crise anterior, quando eu não estava aqui? Alguma
coisa que desagradou os Vereadores em relação a algum Projeto? Ninguém pode,
aqui, ter uma vaidade em relação ao Projeto do Plano Diretor, ao Projeto do
Ver. Sebastião Melo, que hoje deixa de ser dele e passa a ser da Cidade. A Cidade
necessita da votação desse Projeto, assim como eu também tenho esperança de
votar o Projeto da substituição das sacolas plásticas.
Portanto, senhoras e senhores, aqui nós não temos
amizades; aqui, nós temos que cumprir o nosso papel. Eu me dou, pessoalmente,
com todos, quando eu desço da tribuna, Ver. Dib; agora, com o papel de
representante de uma parte da sociedade que me elegeu, eu venho aqui e vou
dizer o que eu penso. Não são olhares carinhosos, abraços que mudam a minha
opinião em relação a isso. O que muda a opinião em relação a isso é a minha
postura, se eu estou certa ou errada no que eu penso, em relação à sociedade e
ao respeito a esta Instituição que se chama Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, e a todos os movimentos aqui participaram para elaborá-lo. Portanto,
não fui chamada, e a minha parte chama, clama, neste momento, para que nós
sejamos convocados, para juntos, entregarmos, novamente, o Plano Diretor para o
Prefeito de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu sou um
homem de paz, tanto que eu sempre uso na minha lapela a palavra paz. Eu acho
que houve um equívoco tremendo na Casa no dia de hoje; peço desculpas a V. Exª
por ter usado a tribuna e não ter resolvido este caso como deveria ter sido
resolvido, lá na intimidade com a Mesa e a Lideranças.
Realmente, a Comissão de Justiça foi informada e
convidou o Presidente. Eu não fui convidado, e presidi a Comissão que examinou
o Plano Diretor; o Ver. Sebastião Melo, que criou a Comissão, fez de tudo para
que fosse cumprido, em tempo hábil, e não foi convidado também. Mas eu acho que
está muito normal, porque a Câmara estava sendo criticada por não entregar a
Redação Final. No momento em que a Comissão de Justiça vai ao Presidente e o
convida para ir, eu acho que o Presidente tinha que ter ido; perdoem-me, mas eu
não sei fazer diferente.
Agora, eu devo dizer a V. Exª, Sr. Presidente, que
foi muito ruim pedir a devolução do Projeto. V. Exª é o Presidente, e eu também
já fui Presidente desta Casa. O Presidente preside e representa a Casa, mas o
Presidente não decide pela Casa.
No art. 30, em relação à competência do Presidente,
inc. VI, diz: “executar os atos administrativos e legais, relativos ao
funcionamento da Câmara, conforme decisão da Mesa”.
E o art. 238, § 3º, alínea a diz que “cabe ao Colégio de Líderes assessorar o Presidente da Câmara
Municipal nas decisões relevantes aos interesses do Legislativo Municipal”.
Isso deveria ter sido tratado na Reunião de Mesa e Lideranças que nós sempre
fazemos. O que hoje aconteceu nesta Casa não somou nada; as vaidades se
sobrepuseram às realidades. Eu acho que o Presidente não poderia pedir de volta
um documento que estava na mão do Prefeito - e, ao que sei, parece que já o
devolveu - em prejuízo da Cidade. A Cidade estava criticando a Câmara, a Cidade
estava criticando a Comissão de Justiça, porque não aprontavam, não entregavam
a Redação Final. Foi, realmente, uma votação complicada, foi uma Redação Final
difícil de ser acertada, não havia requerimento para que viesse ao Plenário,
portanto a Comissão de Justiça deveria entregar para a Diretoria Legislativa,
que mandaria ao Prefeito. Mas, pela importância do documento, era claro que o
Presidente tinha que ir, era claro que o Ver. Sebastião Melo tinha que ser
convidado para ir. Porém, se não aconteceu assim, o melhor, o mais importante
aconteceu: o documento foi entregue ao Prefeito, a Cidade ganhou. E nós não
poderíamos ter-nos manifestado da forma como nos manifestamos aqui, dando um
espetáculo à população, que não somou nada, não somou e não vai somar. Vossa
Excelência reúne, todas as segundas-feiras, às 11 horas, a Mesa e as
Lideranças, e ali as decisões são tomadas. Era lá que nós deveríamos ter
debatido este problema, e não neste Plenário.
Eu não posso consertar o que já está destruído; não
há como consertar, já foi um equívoco ter acontecido. Dessa forma, eu espero
que fique tudo por aí, que o Prefeito examine o Projeto de Lei que chegou às
suas mãos legalmente, sem nenhum problema maior. Se eu tivesse sido convidado,
eu confesso que não iria lá, mas também não me aborreci por não ter sido convidado,
porque acho que a Comissão de Justiça e o Presidente é que o deveriam fazer!
Isso, infelizmente, não aconteceu.
Então, apesar de ser um homem de paz, eu fico
triste da mesma forma. A paz significa que nem a tristeza perturba o indivíduo,
mas, neste caso, eu acho que... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 057/10 – (Proc. nº 2557/10 – Ver.
Engenheiro Comassetto) – requer seja o período de Comunicações do dia 9 de agosto destinado a
homenagear o Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul.
REQ. Nº 060/10 – (Proc. nº 2654/10 – Ver.
Idenir Cecchim) – requer seja o período de Comunicações do dia 1º de julho destinado a
assinalar o transcurso do Dia do Bombeiro Brasileiro.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o bloco constituído pelos Requerimentos
nº 057/10 e nº 060/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 043/10 – (Proc. nº 2140/10 – Ver.
João Bosco Vaz) – requer seja
constituída a Frente Parlamentar em defesa dos doentes crônicos que dependem de
medicação continuada fornecida pelo Estado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 043/10. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 056/10 – (Proc. nº 2542/10 – Ver.
André Carús) – requer Moção de
Solidariedade com o Sr. João Carlos Bona Garcia e Accorde Filmes por sua
biografia e pela realização do longa-metragem “Em Teu Nome”.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 056/10. (Pausa.) O
Ver. André Carús está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 056/10.
O SR. ANDRÉ
CARÚS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, estamos em processo de encaminhamento e votação do Requerimento que
estabelece, por parte desta Casa, uma Moção de Solidariedade a um militante, a
alguém que, por conta de sua ação política, serviu como símbolo e, ao mesmo
tempo, instalou, a partir de sua ideologia e de seus propósitos, uma frente de
resistência à época da ditadura militar, que é o Sr. João Carlos Bona Garcia.
Por conta dessa luta e desses compromissos assumidos à época do arbítrio
imposto pela ditadura militar, a Accorde Filmes produziu recentemente o
longa-metragem intitulado “Em Teu Nome”, que traduz toda essa longa trajetória
em favor da democracia, em favor de um Brasil soberano e distante dos anos de
chumbo, provocados por um golpe que, na prática, não impôs nenhuma filosofia a
não ser a filosofia da tortura, do AI-5 e de tantos outros atos arbitrários que
impuseram a ausência das liberdades civis e democráticas neste País, por longos
25 anos.
Também é papel desta Casa preservar, identificar e,
ao mesmo tempo, celebrar a memória política nacional. O Sr. João Carlos Bona
Garcia, que aqui se encontra prestigiando a nossa Sessão plenária, Ver.
Sebastião Melo, por força da necessidade de se exilar em diferentes países,
coordenou, presidiu, quando já se caminhava, ainda que por força de um diálogo
incipiente, para a abertura democrática, o Comitê Brasileiro de Luta pela
Anistia. Quando vemos muitos que se intitulam ou se autodenominam lideranças da
época, líderes de frentes na resistência democrática, nós os identificamos no
papel desempenhado pelo Bona Garcia, retratado com muita competência pela
Accorde Filmes, no longa-metragem Em Teu Nome, como alguém que, mesmo fora,
mesmo distante, juntamente com outros brasileiros que, por conta do arbítrio, tiveram
que buscar asilo político em outros países, queria que fosse promovida
verdadeiramente a abertura democrática. Quando da anistia, já em 1979, muitos
foram os brasileiros que, por defenderem a causa da democracia e por
acreditarem que o golpe tivesse vindo apenas pela imposição arbitrária e
autoritária de quem não defendia as reformas urgentes de que necessitava o País
na época, estavam dispostos, aqui no Brasil, a lutar pela restauração da
democracia.
Resolvi propor esta Moção em solidariedade à biografia
do Bona Garcia e à sensibilidade da Accorde Filmes, que produziu esse
longa-metragem, premiado, com justiça, diversas vezes, e que certamente merece
a audiência de todos nós, Vereadores, e dos militantes políticos e homens
públicos que trabalham graças à redemocratização do nosso País. Estamos hoje
nesse regime em função da luta empreendida por homens e mulheres que, ao longo
da ditadura militar, resistiram a todas aquelas dificuldades e arbitrariedades
impostas.
Faço aqui referência a Célia Garcia, esposa do
Bona, que o acompanhou nessa jornada, sempre esteve ao seu lado no Brasil, fora
do Brasil e quando da reabertura democrática, e hoje está aqui conosco. E
também a Fernanda Moro, atriz do longa “Em Teu Nome”, que prestigia esta
singela homenagem deste Vereador...(Som cortado por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos Requerimento, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que solicita autorização para representar esta Casa no evento
“Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul”, em Brasília, DF, no dia
de hoje.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/10.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, tenho certeza de que todos os meus
colegas de Bancada - o Ver. Paulo, o Ver. Dr. Raul, o Ver. Cecchim - gostariam
de estar aqui nesta tribuna; espero expressar aqui a manifestação da nossa
Bancada. Quero dizer ao Bona que eu o conheci em 1979, porque sou da década de
1970, quando me filiei ao PMDB; o Bona estava fora. Eu conheci o Bona quando
ele retornou ao Brasil, porque ele saiu do Brasil em 1971 e retornou em 1979.
Portanto, a história do Bona é uma história de
muita luta. Eu assisti ao filme, Bona, e chorei algumas vezes, revivi momentos
do final da ditadura. Queria externar a Célia, essa figura maravilhosa, tua
companheira das horas mais difíceis da tua vida; aos teus filhos, que não estão
aqui; a Fernanda Moro e a toda a equipe que conduziu o filme, porque, hoje, se
a gente tem esta tribuna, Ver. Todeschini, se a gente pode estar na Esquina
Democrática, se a gente tem uma Constituição Brasileira, se a gente tem o
direito de expressão, foi porque pessoas como o Bona lutaram por democracia
neste País. Muitos perderam as suas vidas, muitos até foram jogados ao mar;
outros, André, foram exilados, Presidente, expurgados, presos, e o Bona também
foi preso político.
Portanto, o Ver. Carús, esse jovem promissor que
tem trazido coisas boas a esta Casa, nos dá a grande oportunidade de voltarmos
na história, com certeza, através do filme simbolizado no Bona, mas ele
simboliza, Carús, na verdade, mais do que isso. A democracia tem muitos
defeitos, mas a humanidade não encontrou nenhum outro regime, Ver. Pedro Ruas,
melhor do que a democracia. Nós precisamos aperfeiçoá-la. E, portanto, é em
nome disso que eu venho a esta tribuna. No nosso Brasil, tivemos mais regimes
de exceção do que de democracia.
A democracia mais duradoura do nosso País é esta na
qual nos encontramos, Verª Fernanda - V. Exª, que é uma jovem rebelde, e
juventude sem rebeldia é velhice sem futuro -; este é o período mais longo de
democracia que o País vive, mas precisamos dar um passo à frente, Ver. Dib,
porque votar e ser votado, apenas, não é democracia, nós temos de dar um passo
social. Este País está para ser a quinta economia do mundo, mas ainda é um país
de favelados.
Eu me lembro, Bona, que na Esquina Democrática, sob
a batuta de Ulysses Guimarães, e de tantos outros homens que lutaram por
democracia, olhávamos para aquela multidão e dizíamos que a democracia
significaria os corruptos na cadeia, mas há milhares de corruptos que ainda não
foram para a cadeia, e a democracia está aí! A democracia é casa digna para o
trabalhador, e essas casas ainda não chegaram para milhares. Democracia é educação
para aqueles que não a têm, Cecchim, e a gente olhava aqueles milhares de
homens e mulheres descamisados, lutando por democracia.
Mas valeu, Bona, quando eu vi ali no final de
tantas passagens que tivemos, e você, que foi para a Argentina, que foi para a
Argélia, que foi para Paris e que retornou junto com Leonel de Moura Brizola,
que foi, talvez, o maior nacionalista desta terra, do Rio Grande e do Brasil.
Pois V. Exª significa muito para nós na busca da democracia deste País, que nós
conquistamos, que nós bravamente queremos consolidar e avançar mais.
Portanto, receba da minha Bancada, do Dr. Raul, do
André que já falou, do Cecchim, do Paulo Marques e de todos nós, mais de que um
abraço, mas o reconhecimento de que tudo aquilo por que você passou, todas as
tristezas que você sabe que a vida no exílio, a vida fugindo da ditadura aqui
dentro do País, dos DOI-CODIs, pois isso para nós... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/10.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é
importante um Vereador jovem, como André Carús, ter apresentado esta proposta.
Ele conheceu, evidentemente, e conhece a história por tradição familiar, pois o
Ver. Eroni Carús - a quem eu tive a honra de conhecer - foi o primeiro servidor
público anistiado em nosso País; pai do Ver. André Carús. Quero dizer aqui, meu
caro Bona Garcia, minha querida Célia Garcia, Fernanda Moro, que nos dá a honra
da sua presença, grande atriz, que eu e a Verª Fernanda Melchionna vimos o
filme juntos - Em Teu Nome. Eu tenho certeza absoluta do orgulho imenso da
própria vida que tem o Bona Garcia, mas um orgulho para além da sua capacidade
de ação no momento exato em que isso era necessário, meu caro Bona - e aqui
vejo o Olides Canton, que acompanhou também esses tempos, é uma alegria vê-lo
-, e isso, para todos, é uma grande lição.
Eu trago essa mensagem aqui, Bona, em nome do PSOL
- da Verª Fernanda Melchionna e minha -, que é um Partido que não existia a
esse tempo, aliás, dá para questionar se existiam partidos, pois o
pluripartidarismo era algo que servia mais à ditadura que ao povo brasileiro,
mas nós, militantes com alguma idade a mais, sabemos, conhecemos pessoas,
convivemos e estudamos a história. E, Ver. Carús, se há uma forma bela e
significativa de podermos condenar aquele período que aconteceu e os seus
responsáveis, é através de homenagens dessa natureza.
Então, parabenizo V. Exª pela iniciativa;
obviamente - já disse pessoalmente e digo agora - a Casa fica honrada com a
presença do Bona, da Célia e da Fernanda, e registro mais: em cada momento nós
temos que ter a capacidade de avaliação do que está ao nosso alcance. Há poucas
semanas o nosso País perdeu, Verª Fernanda, uma grande oportunidade; não perdeu
para sempre, mas perdeu a oportunidade de fazer o que o mundo inteiro realizou:
o julgamento dos torturadores. O Supremo Tribunal Federal falhou, e falhou de
uma maneira que a história há de cobrar - ela há de cobrar, meu caro Bona -,
porque o julgamento momentâneo, circunstancial, conjuntural nunca é o mais
importante, mas o julgamento da história é perene e coloca homens e mulheres no
seu devido lugar. O Supremo fica devendo para a Nação brasileira e para o
conceito de justiça no mundo a isenção dos torturadores da ditadura militar.
Mas hoje é um dia em que nós queremos aprovar a
Moção, é um dia de alegria por estares conosco, Bona, depois de tudo que passaste,
por estares com a tua família, com os teus amigos e com os teus companheiros.
Alguns não estão entre nós, lamentavelmente; alguns perderam a vida na mesma
luta que tu enfrentaste. A Moção do Ver. André nos faz refletir sobre esses
heróis e faz também com que, por meio do Bona, eles sejam igualmente
homenageados. Somos pela aprovação. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/10.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, em nome da Bancada do PCdoB e a pedido do Ver. Toni Proença, do
PPS, quero dizer, Bona, que falo, sim, em nome, com certeza, de todos nós. Meu
pai também foi preso político, torturado. Eu também queria lembrar do
Loguércio, que, quando exilado, dizia todos os dias: “Eu não sou eu”. Ele
precisava se esconder, nascer novamente, para não ser achado, não no sentido de
não ser achado pela luta, mas onde ele estava, porque ele sabia que de lá não
se faria forte e não poderia voltar para continuar a lutar por pessoas como
vocês.
É preciso todos os dias lembrar, mesmo que alguns
não gostem, desses momentos de diferença, como o que tivemos no início desta
Sessão, e lembrar o quanto as instituições são importantes, ainda que, lá no
fundo, nós as achemos atrasadas por não terem o avanço necessário, mas elas são
importantes no nosso País, porque, em termos de democracia, o Brasil ainda é
nenê de colo; nós sabemos disso.
E aqueles que ajudaram a conceber e a parir a
democracia sabem o quanto é caro qualquer retrocesso, Bona, e mais ainda para
aqueles que sofreram naqueles duros momentos. Isso jamais pode ser esquecido, e
não por vingança, não por sadomasoquismo, mas para lembrar o que nós não
queremos nunca mais na nossa vida, como quando duas pessoas saíam juntas e eram
presas por serem consideradas subversivas ou estarem fazendo um mal à Pátria. E
nós, que lutamos pela democracia, acreditamos que essa construção é por
acreditar na autonomia das reservas de um País, nas questões econômica,
política e social da nossa Nação.
É por isso que, muitas vezes, nós referimos aqui
outras nações que não são respeitadas, como é o caso de muitos países
orientais, como é o caso do Iraque, como é o caso, hoje mesmo, do Irã, que o
superpoderoso deus Estados Unidos, que é o grande deus, o grande onipotente,
que diz como tudo tem que ser, mas fica lá, todos os dias, reservando para si
como vai ser a próxima tortura nos outros países, como vai ser a próxima
guerra, porque precisam, nas suas instituições, na questão dos armamentos,
produzirem guerras e fome para o tal de capital, que nós sabemos que não é só
um tal, ele muda de máscara quando quer, tortura quando quer, trucida e faz com
que a humanidade seja um lixo. Mas não é o lixo que produzimos todos os dias, é
um lixo mesmo com o ser humano, não querendo ver a pessoa integrada, uma pessoa
construtora, protagonista da história.
Esse é o filme da vida, e trazer o filme da vida,
Sérgio - grande Sérgio que está presente aqui, também lutador lá da nossa
comunidade, foi campeão de voto do Orçamento Participativo na Lomba do
Pinheiro, que é também uma parte da nossa democracia, é assim que a gente faz,
é uma ponta do iceberg. E só quem
sofreu, só quem passou pelo choque nos genitais, pelos choques que causaram
cegueira, pelo choque psicológico, que nunca mais vai deixar a pessoa voltar à
sua plenitude, não esquece jamais. Mas, com certeza, fica na nossa alma a
esperança de lutarmos todos os dias, porque não há espaço maior, não há espaço
melhor do que estarmos discutindo e protagonizando as diferenças. E as
diferenças fazem o equilíbrio, que fazem ressurgir o que há de melhor dentro de
nós. Viva o Bona, viva a democracia, viva todos aqueles que lutam pela liberdade!
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/10.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores aqui presentes, caro amigo Bona Garcia, sua esposa Célia, Fernanda,
que está aqui na tarde hoje, eu acredito que, inicialmente, depois daquilo que
aqui ouvimos, é importante ser feito um registro à bela ideia apresentada pelo
jovem Ver. André Carús, que nos traz esta proposta que serve para que se faça
não só uma homenagem, mas também uma reflexão.
Para ser breve, eu quero dizer, como Vereador e
agora completando dez anos nesta atribuição, que não é sempre que a gente tem a
oportunidade de conversar sobre este tema que já foi bastante falado aqui. Mas
eu queria dizer da minha admiração pela trajetória do Bona Garcia, desde muito
antes daqueles tempos que nós convivemos pessoal e fraternamente - isso lá se
vão vinte e tantos anos. A história do Bona Garcia começa bem antes desses
nossos tempos de convivência.
Eu quero trazer aqui um registro da admiração que
tenho e que precisamos ter àquelas pessoas que lutam por uma causa e fazem
dessa causa uma trajetória da sua vida; correm riscos, porque abraçam essas
causas. Daí o porque de nós precisarmos compreender a grandeza de alma e de
coração que é e que tem uma figura, uma pessoa, um homem, que sai por aí a
defender uma causa coletiva, correndo todos esses riscos, e sabendo da grande
possibilidade que tem de ser preso e torturado por aquela causa que defende.
Por isso nós queremos trazer o nosso abraço ao Bona Garcia, à família dele, ao
pessoal que fez o filme sobre ele; e dizer que a Câmara Municipal de Porto
Alegre, meu caro Ver. Carús, aproveitando a sua ideia, a sua proposta lúcida,
tem esse tempo para trazer aqui um abraço a todos aqueles que de uma forma ou
de outra lutaram bravamente, sem temer os perigos que disto viriam, lutaram
bravamente pela causa da democracia em nosso País. Obrigado. Um abraço a todos.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/10.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, eu
queria fazer uma homenagem muito especial ao Bona, à Célia e à Fernanda, que
hoje abrilhantam a nossa Sessão; já aproveitando para parabenizar a iniciativa
do Ver. André Carús, que nos parece fundamental. Acho que seria de bom tom que
a nossa geração, nós, agora com 26 anos, tivesse a ousadia de agradecer àqueles
que lutaram para que hoje nós pudéssemos estar aqui, pudéssemos falar,
pudéssemos nos organizar, ter movimento estudantil, ter DCE, ter mobilização,
apesar de que as forças repressoras ainda seguem fortes e vivas, tanto no
aparelho do Estado como em determinados Governos, como no caso do Rio Grande do
Sul, em que vimos um sem-terra ser assassinado, pelas costas, e ninguém ser
punido até hoje; em plena democracia.
Eu queria dizer que nós, que valorizamos, que
reivindicamos, que conhecemos a história a partir da memória, dos relatos, dos
filmes, dos livros, como os relatos que o Ver. Pedro Ruas muito me conta, das
passagens da luta contra a ditadura - e o próprio filme é um ensinamento para a
nossa geração -, que vimos esses heróis que colocaram em risco a sua própria
vida, a sua família, sua carreira, para defender, para lutar pelo fim dos anos
de chumbo, pelo fim da exploração, da violência, da força das armas acima da
força da vida, da força do voto, da força do povo, temos a obrigação de
continuar a luta começada por esses lutadores, porque não é possível que no
Brasil nenhum torturador tenha sido punido. Não é possível, querido Bona, que
tu tenhas a ousadia e a coragem de não atravessar a rua, e que determinadas
pessoas sigam andando livremente, aqueles que ordenaram, que coordenaram os
choques, o pau de arara, a violência escrachada; que sigam, inclusive, fazendo
parte de Ministérios, que sigam fazendo, como um Deputado do Paraná, que colocou
um cartaz na frente do seu gabinete, dizendo que “quem procura osso é
cachorro”, para combater aqueles que lutam pela abertura dos arquivos; para
combater aqueles que buscam a verdade e a memória do povo brasileiro; para
aqueles que buscam que não caia no esquecimento a violência, as ditaduras, as
brutalidades que foram cometidas no nosso País não só por uma questão de
justiça, que é fundamental; não só para haver penalidades, para que não seja
considerado crime similar - o crime da resistência - à violência que é impor à
opinião das Forças Armadas e a grande setor do empresariado, como também mostra
o filme Cidadão Boilesen, matando homens, mulheres e crianças, pela sua
opinião.
Nós, nessa luta gigante que está imposta aos
brasileiros, não podemos esquecer que o Chile puniu torturadores, que a
Argentina puniu torturadores, que o próprio Uruguai julgou e puniu
torturadores. Lamentavelmente, só no nosso País, nenhum torturador foi punido
até agora. O Supremo Tribunal Federal não só perdeu uma grande oportunidade
como, de certa maneira, traiu a memória desses homens e dessas mulheres que
resistiram e que combateram a ditadura.
Agora tramita na Câmara Federal um Projeto da
Deputada Federal Luciana Genro - reapresentado, porque originalmente era do
ex-Deputado Marcos Rolim - de mudanças na Lei da Anistia, para que, de fato,
sejam punidos os torturadores, o que não aconteceu no nosso País. Nós temos o
dever de lutar para que esse Projeto seja, de fato, votado; para que seja dado
esse direito à verdade, à memória e à punição, e para que, sobretudo, tenhamos
em mente, como diria o nosso querido companheiro Hugo Scotte, que combateu a
ditadura Argentina: “A memória é uma arma carregada de futuro”.
Para que isso não se repita, é necessário punir os
torturadores da ditadura militar brasileira. Viva o Bona! Viva a democracia!
Parabéns pela resistência de vocês! Contem conosco, do PSOL, por essa luta
também contra os torturadores e contra o esquecimento.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/10.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas
Vereadores e Vereadoras; prezado colega André Carús, quero cumprimentá-lo, bem
como cumprimentar o João Carlos Bona Garcia, em nome do meu Partido, o Partido
dos Trabalhadores - dos colegas Maria Celeste, Sofia Cavedon, Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini e Mauro Pinheiro. Quero dizer que esta
homenagem acontece, primeiramente, pela iniciativa e pelo momento de justiça do
Legislativo Municipal de Porto Alegre, ou seja, da cidade de Porto Alegre, com
a história de um homem que resistiu aos atos de barbárie. Naquele momento, o
senhor, que começou a militar lá em Passo Fundo, foi para a clandestinidade e
participou - era a primeira organização de que participava - de uma organização
que levava o nome nada mais, nada menos do que do Sargento Manoel Raimundo
Soares... Quem não lembra? Eu era
criança, e ouvia pelas rádios Gaúcha e Guaíba falar sobre o Sargento que fora
encontrado boiando nas águas do Guaíba, com as mãos amarradas. Na minha
ingenuidade de criança, eu pensava: claro, amarraram as suas mãos, ele não
conseguiu nadar e morreu. Mas esse fato refletia, naquele momento, aqueles que
padeciam sob tortura nas masmorras da ditadura. Ser militante, ir para a
clandestinidade e lutar pela liberdade não significava estar lutando somente
contra algumas forças de repressão; era rebelar-se contra um modelo que era
imposto à humanidade e que trazia a sua visão monolítica de uma forma de
pensar, de produzir, de gerar riquezas e de apropriar-se delas. Todos aqueles
que se rebelavam o faziam em nome da liberdade. Quando foi feito o sequestro do
embaixador suíço, no dia 7 de dezembro de 1970, no Galeão, os companheiros que
fizeram aquilo diziam: estamos fazendo isso para libertar aqueles que estão
presos; se não o fizermos, eles morrerão. Seis meses depois, no Chile, estavam
vários companheiros nossos que hoje estão no Partido dos Trabalhadores, entre
ele o Bira, que agora está na Assembleia Legislativa, e que resistiram todo
esse tempo.
Mas eu quero aqui trazer uma frase que se tornou
célebre quando, há poucos meses, no Senado Nacional, sobre a tortura
psicológica, um senador que se diz baluarte da liberdade, questionou a nossa
querida Dilma Rousseff: “Você mentiu!” E ela disse: “Quem não mente sob tortura
entregará os seus companheiros”. Bona, certamente você agiu assim em diversos
momentos, também. É sobre isso que nós temos que refletir aqui.
Não é simplesmente, Carús, uma homenagem a este
homem, à sua companheira e à nossa atriz que estão aqui, mas é uma reflexão
sobre o que se passou neste País. Ver. João Antonio Dib, V. Exª, que prega a
paz: tortura, nunca mais!
Portanto, em nome da minha Bancada, do Partido dos
Trabalhadores: Viva a liberdade! E todos que lutaram por ela e que continuam
lutando devem ser sempre reconhecidos pela humanidade. Meus parabéns, Bona
Garcia e André Carús, em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores.
Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o
Requerimento nº 056/10, de autoria do Ver. André Carús. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Registramos a presença do Sr. José de Jesus Santos,
Presidente do Sindpoa, e do Sr. Ederon Amaro Soares da Silva, ex-presidente da
Caixa de Assistência dos Advogados. Sejam bem-vindos!
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2408/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo e outros, que dispõe sobre a regularização de obras civis
não cadastradas no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com
Emendas nos
01 e 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Pedro
Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Antonio Dib: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. João
Pancinha: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia em 12-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLCL nº 015/09, de autoria do Ver.
Sebastião Melo e outros.
Em votação Requerimento de autoria do Ver.
Sebastião Melo, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLCL nº 015/09
à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLCL nº 015/09.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras. Eu quero saudar todos meus colegas, minhas colegas, o Bona, que
está se despedindo, porque a Casa continua os trabalhos, e especialmente os que
nos visitam. Já foi citado aqui o Sindpoa, mas vejo aqui várias outras
representações que têm interesse nesta matéria ora em discussão. Os senhores
sabem, Ver. Braz, Ver. Dib, que eu sou Vereador de poucas leis, mas quando
elaboro uma lei, penso no conjunto da Cidade, como todos aqui pensam, Ver. DJ.
As notícias do próprio Governo dizem que, em relação a esta matéria, há mais de
cem mil imóveis irregulares na Cidade de Porto Alegre. Pessoas que, de uma
forma ou outra, Ver. Paulo Marques, num linguajar bem popular, fizeram os seus
puxadinhos no início da construção, no meio da construção ou depois de
finalizada a construção. E foi pensando nisto, para resolver isto que nós
fizemos este Projeto.
Quero saudar o arquiteto Jairo, um funcionário com
trinta anos de SMOV, é cedido para a Câmara e coordenou esse Processo junto com
vários técnicos da SMOV e da SPM. Quero dizer que a primeira entidade com que
conversei foi com o CREA, Ver. Comassetto, que deu total apoio para esta
matéria. Fui à Asbea, à UAMPA, ao Sinduscon, ao Sindpoa; todos esses órgãos
contribuíram, Ver. Dib, e as Emendas que chegaram foram por meio das suas contribuições
e também do Secretário Cássio, que esteve comigo ontem, que fez pequenas
sugestões, as quais foram prontamente aceitas. É uma matéria que tem
profundidade, porque vamos trabalhar três questões fundamentais. Uma delas é o
recuo de jardim. Muitas e muitas vezes, o construtor avança algum centímetro a
mais no recuo de jardim, e, quando vai pedir o habite-se, não consegue. Esta
questão vai resolver. Se o cidadão constrói dois metros a mais de altura
daquilo que pediu para construir, ele vai pagar uma multa e vai regularizar; se
ele ocupou uma faixa a mais do seu terreno, em que podiam ser ocupados 65%, ele
ocupou 70%, ele vai poder regularizar.
Mas eu diria mais, Ver. Dr. Raul - vejo aqui a
Aninha Comas, representando centenas de donos de bares, que hoje dependem de
liminares para poder manter os seus comércios abertos -, essas pessoas todas
vão poder regularizar os seus comércios, que dão emprego nesta Cidade, que
estão aí há vinte, trinta, quarenta anos, e não há uma ação demolitória contra
eles; e não terá!
Quero dizer, Ver. Toni Proença, que a Vila Ipê 1
foi iniciada em 1957, e todas aquelas casas não têm habite-se. Há uma briga na
Justiça, no Ministério Público, e esta Lei vai permitir que todos os
proprietários da Vila Ipê 1, querendo, poderão regularizar os seus imóveis,
Ver. Mario Manfro. E os moradores do Jardim das Palmeiras são outro exemplo.
Para contribuir, estamos dizendo que os recursos
das multas aplicadas revertam para a Secretaria da SMOV, Ver. Dib, para que
possa haver mais técnicos, mais agilidade.
Então, submeto este Projeto aos meus colegas.
Mandei-o para todos os senhores, falei a respeito dele em reunião de Mesa,
portanto todos tiveram mais de um ano para conhecê-lo. Eu esperava que ele
fosse votado naquele mutirão, Ver. Todeschini, que fizemos noite adentro.
Entendi, pela profundidade, que precisava passar pelas Comissões, e passou por
todas elas. Fizemos emendas corretivas, porque a Procuradoria da Casa entendeu
que tínhamos que fazer algumas correções, e recebi as sugestões que vieram da
sociedade civil organizada.
Então, considero este Projeto pronto, prontíssimo
para ser enfrentado, e ele traz duas coisas fundamentais para mim: segurança
jurídica para o proprietário, que vai passar a ter o habite-se da sua casa, ele
vai poder fazer empréstimo, vai poder fazer o inventário com mais
tranquilidade; e traz para a Prefeitura aumento de arrecadação de impostos, o
que uma cidade sempre precisa.
V. Exª me concede... Vou encerrar por aqui, se for
necessária uma outra explicação, eu agradeço seu gesto, mas aguardo para um
segundo momento, porque talvez haja alguma questão técnica que eu precise
explicar, daí voltarei à tribuna.
Portanto, agradeço, Sr. Presidente, estou à
disposição para prestar qualquer esclarecimento. O arquiteto Jairo está aqui
também, pode prestar um esclarecimento necessário para a discussão desta
matéria. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLCL nº 015/09.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; àqueles que nos assistem e nos acompanham; cumprimento o Ver. Melo
pela iniciativa. Nós vamos votar a favor - já conversei com a nossa Liderança -
deste Projeto que é uma tentativa de buscar dar condições de regularização a um
conjunto de imóveis, pois são centenas, milhares de imóveis que estão nessa
situação. Infelizmente, não só no Brasil, mas em todo o Terceiro Mundo, a
velocidade de construção das cidades excedeu a capacidade de os Governos
planejarem e acompanharem esse crescimento. Hoje, no Brasil, estamos com 86% da
população vivendo em cidades, principalmente nas grandes cidades. Por isso que
essa situação é apresentada.
A Lei de Parcelamento do Solo foi muito rigorosa no
passado, ela não flexibilizava nada, e também em função disso, da coincidência
dos períodos com a concentração de gente nas cidades, com a velocidade de
crescimento das cidades, muitas situações irregulares acabaram acontecendo. Mas
a vida tem que encontrar uma forma de sobreviver aos tempos, às adversidades,
ao meio e buscar produzir as condições mínimas para a sobrevivência. Então,
este Projeto, penso eu, é importante se ele conseguir atingir os objetivos, e
vamos torcer e forçar para que isso aconteça.
Ver. Sebastião Melo, eu vou enumerar outros
elementos, além daqueles que o senhor elencou, por exemplo: a pessoa que tem o
habite-se, que tem uma situação regular, ela é um sujeito de direitos, e quem
não tem o habite-se é um sujeito sem direitos. Eu vou comparar aqui um quadro.
Lá na Nova Gleba, em 2007, houve uma enchente, e como o Governo há oito anos
não fazia a dragagem, as casas todas foram inundadas, as pessoas foram
prejudicadas. Reuni aquela comunidade, e, por terem o habite-se, tornaram-se
sujeitos de direito. Movemos as ações judiciais, e a Justiça está determinando
que a Metroplan, através do Estado, indenize todas as famílias que foram
prejudicadas, que tiveram as casas inundadas, porque o Poder Público não exerceu
a sua obrigação, não exerceu a sua autoridade. E, assim, nós temos a situação
do fim de semana que passou, em que aquelas pessoas do Túnel Verde, da Ponta
Grossa, da Restinga, onde a maioria, de fato, não tem o habite-se, mas creio
que com este Projeto do Melo, uma grande parte vai ter o habite-se e eles vão
passar a ser sujeitos ou famílias de direito, que vão poder acionar as
autoridades judicialmente, responsabilizá-las pela omissão, por não cumprir o
dever.
Por isso que o Projeto é importante, por isso é que
nós temos que apoiá-lo. Claro, valoriza o patrimônio, determina situações de
herança, de inventário, financiamentos, garantias, todo um conjunto de
situações. Mas é bom que a gente remeta uma reflexão para a situação em que os
planos diretores e leis de parcelamento do solo foram inflexíveis, não olharam
e não foram sensíveis para o movimento real que acontecia na sociedade, que
acabou, por esse motivo, favelizando o Brasil e criando inúmeras situações que
hoje precisam ser revertidas. Mesmo naquelas situações que tiveram todo um
esforço, todo um empenho para que pudessem ser legais, muitos loteamentos
levaram dez, quinze, vinte, trinta, quarenta anos para serem regularizados
devido a uma exigência exacerbada da lei que regulamentou a matéria durante o
período. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Registro a presença do Presidente da UAMPA, Sandro
Chimendes, que sempre está presente, participando com as comunidades. É muito
importante sua presença para a discussão dos nossos Projetos.
O Ver. Toni Proença está com a palavra para
discutir o PLCL nº 015/09.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; eu gosto
muito quando o Poder Público oferece oportunidade para aquelas pessoas que
estão em irregularidade na sua conduta, seja ela em dívidas com o Estado ou nas
suas construções, como propõe aqui este Projeto, tenham a oportunidade de
regularizar a sua situação de maneira razoável.
Por isso o Projeto do Ver. Sebastião Melo, que já
está carinhosamente sendo chamado de ‘Projeto do puxadinho’, é muito bem-vindo,
e por isso o PPS vai votar favoravelmente a ele. Se ele não é o Projeto
perfeito, pelo menos oportuniza, principalmente às pessoas de baixa renda, que,
às vezes, por falta de informação, ou, muitas vezes, Waldir, por falta de
recursos, vão construindo devagarzinho um aumento na sua casa: uma nova
cozinha, um banheiro de alvenaria, não é, Ver. João Dib? É assim que funciona.
E é assim que muitas pessoas, que não têm acesso às habitações populares que os
Governos desenvolvem, resolvem, do ponto de vista da habitação, com os próprios
e escassos recursos da família. Essas pessoas têm, às vezes, no final de sua
obra, alguma irregularidade constatada; são notificadas e têm uma dificuldade
imensa de regularizar essas obras, as suas habitações, que foram feitas com
muito carinho, com muito cuidado, às vezes com as próprias mãos, com o próprio
suor da família.
Então, este Projeto, Ver. Sebastião Melo, vem dar
uma oportunidade para que essas pessoas possam regularizar os seus imóveis. Não
sem ter alguma punição, sem ter que pagar alguma coisa, sem ter que restituir e
serem, na verdade, cobrados por aquilo que construíram irregularmente; mas dá
uma oportunidade. Dá uma grande e bela oportunidade para que a cidadania de
Porto Alegre, principalmente, repito, da periferia, possa regularizar os seus
imóveis. É isso que propõe este Projeto; vem da sensibilidade de um ativista
político e social, como é o Ver. Sebastião Melo.
O Sr.
Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Toni, muito obrigado. Quero adendar, dizendo que nós tivemos a
cautela - na regulamentação vai-se aprofundar isso - de destinar este Projeto
para obras já feitas. Ou seja, o cidadão vai ter que provar que as suas
modificações foram feitas antes desta lei. Nós estamos dando seis meses,
inicialmente pensamos em noventa dias, porque não queremos dar um prazo tão
longo, para alguém se beneficiar dessa lei e fazer uma construção nova. Mas
terá que ser divulgado, a Cidade vai tomar conhecimento, e aqueles que quiserem
terão que protocolar. Após a regulamentação da lei, haverá seis meses para
protocolar junto à SMOV, que terá o tempo necessário para fazer a vistoria
mediante o requerimento de cada proprietário.
O SR. TONI
PROENÇA: Obrigado pelo aparte, Ver. Sebastião Melo. V. Exª nos esclarece. Nós
temos em Porto Alegre - vou tratar só de Porto Alegre, porque nós estamos aqui
na Câmara Municipal de Porto Alegre, mas isso acontece no Brasil todo - uma dificuldade
de informação muito grande em todos os setores. É verdade que ninguém pode
pretextar, Ver. João Dib, a ignorância da lei, mas é verdade que falta muita
informação educativa e instrutiva à nossa população em todas as áreas do
convívio social e em todas as atividades reguladas pelo Estado.
Parabéns ao Ver. Sebastião Melo pela iniciativa, e
vamos aprovar este Projeto; isso vai ajudar muito, principalmente a população
de baixa renda. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o
PLCL nº 015/09.
O SR. DR.
RAUL: Ver. Mauro Pinheiro, na presidência dos trabalhos; Vereadores,
Vereadoras, aqueles que nos assistem, este Projeto me fez vir à tribuna, porque
ele dialoga, de uma maneira muito importante, com uma questão de alta
relevância para a nossa cidade de Porto Alegre, que é a dignidade da moradia,
que é a dignidade dos comércios, e faz com que as pessoas que, ao longo do
tempo, se viram, muitas vezes, constrangidas, obrigadas a fazer pequenas
melhorias em seus imóveis para que pudessem viver um pouco melhor, mas eram
entravadas pela burocracia para que isso efetivamente fosse regularizado.
Nós tivemos nesse Projeto uma parceria da nossa
Bancada, do PMDB, na sua integralidade, com o Ver. Melo, porque julgamos
importante esse avanço que vai caracterizar uma Cidade mais regular, uma Cidade
mais moderna para se viver e que, como bem frisou há pouco o Ver. Melo, não
oportunizará infrações futuras. Ele simplesmente está regularizando uma questão
social importante, que já existe de fato, e que estamos, agora, tentando fazer
com que se materialize de direito.
É importante e de alta relevância a parceria da
SMOV no Projeto, porque ela vem, através de seus técnicos, se manifestando e
construindo uma possibilidade real de aprovação, para que haja, realmente, um
benefício na qualidade de vida de todos os cidadãos e cidadãs de Porto Alegre,
que, por algum motivo, por alguma necessidade social ou estrutural de moradia,
tiveram, num determinado momento, de construir, de avançar um pouco em um recuo
de jardim, ou de construir um puxadinho, como aqui foi falado. E isso se dá em
função do crescimento familiar, da necessidade dos negócios. Mas nós não
podemos também nos furtar de estarmos sempre no lado da legalidade, ou seja, as
construções devem primar pela sua legalização junto aos órgãos competentes,
junto à SMOV, e visando muito à questão ambiental, para que o ambiente seja
sempre respeitado, isso é de extrema relevância. Cada vez mais temos de
respeitar o nosso meio ambiente, que a todo o momento nos dá demonstrações de
insatisfação, refletindo isso no ser humano.
Nós tínhamos um País sobre o qual dizíamos que tudo
era bom, que nada de ruim acontecia em termos ambientais, climáticos, e hoje
somos vítimas das mais variadas intempéries, e muito disso se deve a ações
indevidas do ser humano sobre o ambiente natural.
Eu acredito que o Projeto do Ver. Melo vem
realmente trazer um avanço para a Cidade. Claro que precisamos, de repente,
através das Emendas, de algumas pequenas correções que são importantes, fazer
um Projeto enxuto, um Projeto regular que realmente traga benefício para as
pessoas, mas também dê ao Poder Executivo Municipal aquela força necessária em
função da regularização tão necessária para que os imóveis estejam adequados
dentro do Plano Diretor da Cidade, dentro da nossa dinâmica de vida de Porto
Alegre.
Eu sou médico, não entendo muito da parte legal,
burocrática, mas entendo muito de qualidade de vida e da necessidade das
pessoas. Eu diria que este Projeto também se insere na questão da saúde, porque
vai trazer mais tranquilidade, mais dignidade, mais força para que as pessoas
realmente tenham o seu patrimônio preservado e regularizado. É isso que todos
nós queremos. Acreditamos que vamos construir aqui um ótimo Projeto, e
esperamos que as Emendas necessárias sejam aprovadas.
Quero dizer que estamos juntos. Achamos importante
para a Cidade esse benefício, que não é por acaso; ele é necessário para toda a
sociedade. Muito obrigado. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLCL nº 015/09.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas
Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, lideranças comunitárias aqui
presentes, o Projeto do Ver. Sebastião Melo traz para a cidade de Porto Alegre
um desafio, um desafio que já persiste por muito tempo. Podemos fazer uma
afirmação política de que a cidade de Porto Alegre ainda não despertou para a
regularização fundiária e a reforma urbana que deve ser feita para nós
colocarmos a Cidade em dia.
E aqui também, Ver. Melo, eu falo na qualidade de
Conselheiro Nacional das Cidades. Nós estamos construindo uma política de desenvolvimento
urbano para todo o Brasil. E essa política só se tornará realidade se cada
município fizer a sua tarefa de casa. Este seu Projeto é uma parte dessa tarefa
de casa, que é regularizar os imóveis irregulares. Mas, além disso, nós temos
em Porto Alegre setecentas e cinquenta vilas irregulares, e nós temos que tomar
uma decisão quanto à posse do solo, quanto ao título de propriedade do imóvel.
Se a pessoa não tiver o título de propriedade, a sua matrícula e o habite-se,
ela está fora da vida econômica e social da cidade e da afirmação de cidadania
- não tem endereço, não tem habite-se, não consegue acessar os financiamentos.
Hoje, na Caixa Econômica Federal, dentro do Projeto Minha Casa, Minha Vida, tem
recurso subsidiado para fazer reformas habitacionais. Quem pode acessar esses
recursos? Aquele que tem o seu imóvel regularizado. Portanto, é nossa tarefa de
casa, aqui, trabalharmos, abrirmos a possibilidade para que um grande número de
unidades, fala-se em cinquenta mil, mas eu tenho aqui, pela conta por baixo,
que chega a quase cem mil unidades irregulares em Porto Alegre. Se forem cem
mil unidades irregulares, com cinco pessoas por família, porque pega
praticamente pessoas de baixa renda, e são essas pessoas que possuem um número
maior de filhos em suas famílias, o que representa isso, César, que está aqui
representando a Confederação Nacional das Associações de Moradores? Representa
que aqueles que já têm maior dificuldade continuam tendo mais dificuldade. Se
forem cem mil residências em Porto Alegre, significam quinhentas mil pessoas
nessa situação. É quase 40% da população de Porto Alegre que vive nessa
situação.
Diante disso - eu já discutia isso com o Ver.
Sebastião -, hoje há duas legislações nacionais aprovadas, o Minha Casa, Minha
Vida, que tem que ser regulamentado nos municípios, e essa legislação vem para
contribuir com esse processo. A outra - estão aqui os engenheiros da SMOV - é a
Lei Federal da assistência técnica. Já temos um projeto de lei aqui na Casa -
eu conversava com o Melo sobre isso - que tem que ser aprovado no seguinte
sentido: assegurando às famílias de baixa renda a assistência técnica pública e
gratuita para o projeto e a construção da habitação de interesse social. Então,
para regularizar todas essas casas vai ser necessário um profissional, e esse
profissional, se tivermos instituído no Município uma estrutura para a
assistência técnica, garantindo a gratuidade, vamos conseguir atingir o
objetivo. Está ali o funcionário da SMOV, e ele sabe que hoje o Município não
tem a estrutura necessária para atacar isso com a força que precisa. Portanto,
Ver. Melo, conte conosco, com a nossa Bancada do
Partido dos Trabalhadores; somos favoráveis ao seu Projeto. Mas, além disso,
nós temos de trabalhar, sim, para que a estrutura pública municipal dê
condições para que essas leis se tornem realidade, porque, senão, nós também
estamos criando uma expectativa além daquilo que o Município pode oferecer.
Então, esta Lei vem
para contribuir com o processo da regularização fundiária, que é um item da
Reforma Urbana. E a Conferência Nacional das Cidades, que aconteceu no final de
semana retrasado, tratou justamente disso, do Sistema Nacional de
Desenvolvimento Urbano. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, que solicita a votação em
destaque das Emendas nºs 01, 02 e 03 ao PLCL nº 015/09 (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra para discutir o PLCL nº 015/09.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que nós temos aqui uma construção
inteligente, importante e participativa, Ver. Sebastião Melo. É um Projeto que
V. Exª construiu junto com a Bancada, dirimiu as dúvidas, e apresentou, junto
com a Bancada, uma Emenda para aparar essas dúvidas que pudessem existir.
Construiu, junto com a SMOV, com os técnicos do Município, um arredondamento
para um Projeto importante.
Eu acho que está na
hora, realmente - ouvi V. Exª dizer em alguns outros assuntos ou neste próprio
Projeto -, de pararmos de “tapar o sol com a peneira”, de fazermos de conta que não
existe a construção, e quem constrói, fazer de conta que não precisa de lei.
Precisa de lei, sim, e a Prefeitura precisa enxergar essa realidade. Nós
fizemos isso quando éramos Secretário da Indústria e Comércio, Ver. Adeli Sell
- V. Exª também tinha uma Resolução nesse sentido, sobre o Alvará Provisório -,
dando condições para que o empreendedor se regularizasse. Ou seja, não estamos
liberando, como se fosse a “casa de Irene”; nós estamos colocando algumas
regras para que a pessoa possa se regularizar, para que a pessoa possa ter a
sua realidade regularizada.
Eu vejo, aqui neste Projeto, algumas coisas muito
importantes. Muitos empreendedores na Cidade têm construção no recuo de jardim.
Nós temos uma lei específica para as mesas e cadeiras no recuo de jardim. Vejam
bem como a Câmara de Vereadores é atuante. Ela permite mesas e cadeiras no recuo
de jardim até às duas horas da madrugada, nas sextas-feiras e nos sábados.
Mas nós estamos regularizando, aqui, a construção.
Quem tiver construído, e regularizar, fica tranquilo e pode trabalhar. Eu acho
que isso é o importante, não se constrói casa em recuo de jardim; é para
aquelas atividades econômicas que estão andando, e nós estamos, com isso,
ajudando a Cidade a trabalhar com tranquilidade.
Então, Ver. Sebastião Melo, meus Pares do PMDB, e
demais Bancadas que apoiam este Projeto, eu acho que hoje nós estamos
comemorando, aqui, uma realidade de muitas pessoas. A ideia é muito
inteligente, e serve para todos nós, para todos os Vereadores, para todas as
pessoas que querem trabalhar dentro da legalidade e da regularidade. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
discutir o PLCL nº 015/09.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, o mérito foi bastante discutido aqui em
relação a este Projeto. Quero parabenizar, de plano, o
Ver. Sebastião Melo. Em muitas questões dessas áreas, desde o Plano Diretor,
nós já vimos trabalhando, mas não vamos tirar o mérito que é do Ver. Sebastião
Melo, que construiu a ideia junto às comunidades, soube trabalhar muito bem
quando Presidente desta Casa, aglutinou as forças vivas, em especial das nossas
periferias em relação às AEIS. Quero cumprimentar também o Jairo, que é um
excelente profissional, sabemos da sua competência, e muitas vezes batemos à
porta do gabinete, Daniel, para que nós também pudéssemos ser assessorados
nessa área. Portanto, torna-se uma referência, sim, para a nossa Cidade, Ver.
Sebastião Melo. Então, tens aqui, além do voto do PCdoB, o reconhecimento da
importância de um trabalho que o senhor soube valorizar, buscar esse
entendimento conjunto, e isso é fundamental.
Portanto, toda a
Cidade vai ser beneficiada; nós sabemos disso. Mas, em especial, a nossa
periferia, que absolutamente não está regulamentada, mesmo prédios públicos
estão em situações bastante delicadas, quando deveriam dar o exemplo. Então,
esta Lei vem socorrer, sim, para ajudar a resolvermos essas situações.
O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um
aparte?
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Por favor,
Ver. Sebastião Melo, que me socorre nesta hora.
O Sr. Sebastião Melo: Verª Maristela, muito
obrigado pelo aparte. V. Exª tem razão, pois a maioria dos prédios públicos,
começando pela SMOV, não tem habite-se. Então, veja, esta é a realidade! É
claro que esta Lei trata dos logradouros cadastrados, ou seja, a Cidade teve um
crescimento desordenado no seu geral, na periferia e também dentro da Cidade.
Eu acho que nós temos que enfrentar, logo à frente - estamos num Grupo de
Trabalho também nessa direção, e acho que V. Exª pode dar uma bela contribuição
-, e nós temos um receituário de regularização fundiária em Porto Alegre, pois
temos várias leis esparsas, e conforme cada vila, às vezes tem um procedimento
diferente dentro do órgão público e, muito menos tem prazo para atender isso.
Então, eu acho, Ver. Todeschini e Ver. Comassetto, que este é um assunto sobre
o qual nós temos que nos debruçar, porque eu não posso não ter prazo nas coisas
públicas. E hoje não temos prazo para a regularização de uma vila, as pessoas demandam
e pode levar um ano, dois anos, três anos, cinco ou dez anos. Eu acho que esta
Casa tem que apertar mais um pouco o cerco também nessa direção.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Ver.
Sebastião Melo. Eu lembro aqui, para exemplificar, muito claramente, na Frente
Popular, quando havia alguma fiscalização, a própria população, com razão,
justamente por causa deste exemplo, dizia: “Pôxa, vocês vêm aqui nos
fiscalizar, mas a casa de vocês não está regulamentada”.
Lá no Parque Saint´Hilaire, por exemplo, em frente
à Escola São Pedro, não é cumprida a legislação - que não é exatamente como a
deste Projeto que eu estou falando -, as crianças saem do colégio e não
conseguem caminhar, porque o cercamento do parque é em cima da rua, e as
crianças não conseguem nem caminhar; são duas, três mil crianças que ficam
nessa situação. Então, vem, sim, o Poder Legislativo socorrer, junto com o
próprio Poder Executivo, que quer fazer a sua fiscalização para fora, mas,
muitas vezes, não cumpre aquilo que tem de ser cumprido. Nós sabemos que isso
não é deste Governo, mas sabemos que temos a responsabilidade de aprovar este
belo Projeto, que foi construído de uma forma técnica, elevada, e que vai ser,
com certeza, hoje aprovado. Parabéns, tem aqui a aprovação do PCdoB. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLCL nº 015/09.
O SR. ADELI
SELL: Caro Ver. Mauro Pinheiro, meu caro Ver. Sebastião Melo, colegas
Vereadores e Vereadoras, sou daqueles que tem a convicção de que a organização,
a formalização de uma cidade é fundamental. Defendi e continuo defendendo a
cidade legal, a cidade ordenada, a cidade organizada, mas também sem
burocracia, sem impedimentos, porque eu tenho visto, reiteradamente, que em
alguns órgãos públicos há um burocrata de plantão. Não são em todos, em alguns,
mas esses são operosos, colocam impedimentos; liberam uma coisa para um, e para
outro não liberam a mesma coisa. Não há um procedimento republicano no serviço
público brasileiro, ele está, muitas vezes, vinculado ao burocrata, ao seu
humor do momento. Isso tem que mudar! É preciso, como já foi dito aqui pelo
Ver. Cecchim, e pelo próprio autor do Projeto, o Ver. Sebastião Melo, que o
Poder Público possa dar as condições, as medidas, o acabamento formal,
institucional para a legalização dessas construções.
Eu, quando Secretário, junto com a Sofia Cavedon e
o Guilherme Barbosa, ajudamos as creches comunitárias para que elas pudessem se
legalizar. Ou preferem que as crianças fiquem jogadas na rua? Às vezes, não é o
prédio ideal. Nós nos preocupamos, sim, com a segurança, com o fogo, mas, antes
de mais nada, nos preocupamos com que as coisas fossem feitas devidamente.
É por isso que, quando fui Secretário, nós nos
utilizamos do instrumento da Instrução Normativa, de decretos, para que, dentro
de um arcabouço jurídico, já decidido, se dessem condições de as pessoas
fazerem a coisa certa. É mais ou menos como essa história: o jogo existe desde
que o homem começou a ter relações lúdicas na sociedade, mas tem de proibir o
jogo do bicho no Brasil, tem de proibir o bingo, e é claro que isso dá toda
margem da contravenção. É como uma edificação: se tem um pequeno erro, não
legaliza, não paga imposto! Aí, não é legal, não está dentro das normas ou seja
lá o que for. E tem mais, para as próprias construções que forem feitas com
essa Lei, talvez nós possamos começar a discutir, colegas Vereadores, uma nova
planta de valores; e a Prefeitura pode, inclusive, ganhar mais, porque, às
vezes, o puxadinho não é tão puxadinho assim; é um aumento significativo da sua
construção.
Portanto, quando as coisas estiverem devidamente
organizadas e ordenadas, nós poderemos fazer valer aquilo que é a realidade, e
não a ficção.
O Sr. Sebastião
Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, este
documento vem da Secretaria da Fazenda, e diz respeito ao aerolevantamento, que
é uma licitação que vai gastar trinta milhões de reais. O então Secretário da
Fazenda, Sr. Cristiano Tatsch - hoje não mais Secretário -, ao anunciar essa
matéria, que foi devidamente noticiada por todos os jornais, diz o seguinte:
estima-se que há mais de cem mil economias a atualizar o cadastro na
Prefeitura. Isso significa - a Verª Sofia perguntava, e eu aproveito para
responder - que só vai poder regularizar mediante a assinatura de um
profissional credenciado pelo CREA, e a Prefeitura vai ter que ir lá fazer a
vistoria, e depois, sim, vai dar a carta de habitação.
O SR. ADELI
SELL: Perfeito. Acho que nós caminhamos bem, que bom que esta Cidade começa a
fazer alguns acertos consigo mesma. Eu propugno a ideia de uma cidade legal, eu
propugno e defendo, sempre, o fim da burocracia, sem passar a mão por cima de
coisas malfeitas, porque elas trazem tragédias. Pelo bem da Cidade, votaremos
“sim”. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Presidente, vou fazer um Requerimento cautelar,
porque este Projeto precisa de 19 votos. Então, solicito verificação de quórum,
para averiguar a possibilidade de enfrentarmos esta votação.
(Manifestações do Plenário.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Pode ser votação simbólica, Presidente? Eu consulto
os colegas Vereadores. (Pausa.) Está bem, portanto, retiro o Requerimento para
verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está bem, Ver. Sebastião Melo. Não havendo mais
Vereadores inscritos para discutir a matéria, está encerrada a discussão.
Em votação a Emenda nº 03 ao PLCL nº 015/09.
O SR.
SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sugiro à Mesa que coloque as Emendas em bloco para
votação. Até pedi destaque, mas não vou encaminhá-las. São apenas Emendas
corretivas.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que solicita sejam votadas em bloco as Emendas nºs 01, 02 e 03,
destacadas, ao PLCL nº 015/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o bloco constituído pelas Emendas nºs
01, 02 e 03, destacadas, ao PLCL nº 015/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o PLCL nº 015/09. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. (Palmas.)
(O Ver. Nelcir Tessaro reassume a presidência dos
trabalhos.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4808/07 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/07, de
autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que inclui § 5º no art. 72 da Lei
Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) –, e alterações posteriores,
determinando o bloqueio total de sinais de radiofrequência básica de telefonia
celular no espaço aéreo correspondente às áreas dos equipamentos urbanos de
segurança pública destinados ao cumprimento de penas privativas de liberdade e
localizados no Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do
Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação
do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 09-06-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLCL nº 021/07. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 021/07.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadoras, colegas
Vereadores, senhoras e senhores, lideranças aqui presentes, este é um Projeto
simples, mas de uma intensidade muito grande para um problema que é crônico nos
Municípios brasileiros, que é o problema da telefonia no território dos
presídios. O responsável por legislar sobre o território dos Municípios, que
autoriza o que pode e o que não pode fazer no seu território é o próprio
Município. E, neste caso específico, nós estamos propondo que o Município de
Porto Alegre, na legislação do Plano Diretor, determine que as áreas de
segurança máxima, ou seja, os presídios, fiquem livres da frequência de radiobase,
que é a frequência da telefonia celular, e que a responsabilidade pelo bloqueio
da frequência naquele território, ou seja, somente no perímetro onde está
instalado o presídio, deixe de ser da Secretaria de Segurança Pública do
Estado, Município ou União e passe a ser das empresas que operam com a
telefonia celular. O Município licencia essas empresas para atuar em todo o
território, menos naquele perímetro onde estão instalados os presídios ou as
unidades de segurança máxima.
Portanto, nesse caso, quem tem que oferecer os
equipamentos para as unidades prisionais não é o Estado, mas são as empresas
que têm que fazer o bloqueio naquele perímetro. Vários colegas já me
perguntaram como ficaria a vizinhança. A tecnologia existente é para bloquear,
exclusivamente, o perímetro que se quer, qual seja, o perímetro dos presídios,
das unidades de segurança máxima.
Então, eu venho encaminhar este Projeto, porque,
apesar de haver vários projetos tramitando no Congresso Nacional - e no Senado
tem um nesse sentido -, eles tratam sempre da lei da radiofrequência, e nós não
estamos discutindo aqui a lei da radiofrequência, não estamos discutindo aqui a
possibilidade de tirar a oportunidade de as empresas instalarem a telefonia com
a evolução dos equipamentos. Nós estamos dizendo que quem faz a legislação
sobre o território do Município é o próprio Município. E, no caso de Porto
Alegre, estamos oferecendo essa possibilidade de dizer que as áreas de
segurança máxima, as áreas dos presídios de Porto Alegre devem ser livres da
incidência da radiofrequência da telefonia celular.
Portanto, as empresas, quando ganharem a permissão
para atuar no Município, receberão a carta do Município com esse ponto e terão
que instalar os equipamentos para isolar exclusivamente a radiofrequência
nesses pequenos perímetros dos presídios que estão instalados no território de
Porto Alegre.
Colegas Vereadores e Vereadoras, é um Projeto que
parece ser bastante simples, mas é sobre um tema muito polêmico e, certamente,
estaremos criando jurisprudência para o Brasil, porque é o primeiro Município
que apresenta essa discussão, pelo menos que eu tenha conhecimento. Assim,
poderemos oferecer isso para ser reproduzido em todo o País. Pedimos a todas as
Lideranças, a todos os colegas Vereadores e Vereadoras o voto favorável ao
Projeto. O nosso agradecimento, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para encaminhar a votação do PLCL nº 021/07.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Ver. Engenheiro Comassetto e
dizer que o seu Projeto não parece ser simples, ele é um Projeto interessante,
muito interessante. É um Projeto propositivo, como V. Exª costuma dizer aqui
desta tribuna, e eu quero cumprimentá-lo por esta proposição. Talvez, Ver.
Engenheiro Comassetto, V. Exª tenha que fazer uma interlocução com a SMAM,
porque é lá na SMAM que vamos enfrentar as grandes dificuldades. E não é de
hoje, é de sempre, é de muito tempo! Faz tanto tempo, Presidente Nelcir
Tessaro, que temos dificuldades com os licenciamentos lá na SMAM, que até hoje
nós, aqui nesta Casa... Daqui, neste momento, por exemplo - aqui não é lugar
para fazer uma ligação telefônica, mas, se eu quisesse fazê-la, não poderia,
porque não temos sinal. Há muito tempo, temos uma discussão com a Vivo e com os
técnicos da SMAM sobre a necessidade ou não, a autorização ou não de se
instalar aqui uma antena.
Então, para não terminar a minha fala com muita
tristeza, até porque hoje já se discutiu muita coisa aqui, estamos com os
ânimos exaltados, eu concluo, cumprimentando V. Exª pelo seu Projeto e fazendo
uma brincadeira saudável. Por que nós não exportamos esse sistema de bloqueio daqui
para os presídios também?
Era isso, Sr. Presidente, e faço isto em tom de
protesto, porque nós já estamos, pelo que me consta, há mais de cinco anos,
pedindo uma solução para este problema na Casa. Então, fica um convite à Vivo,
aos técnicos da SMAM, para, de repente, em conjunto, exportarem essa tecnologia
do bloqueio dos telefones celulares que temos aqui na Casa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação o
PLCL nº 021/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO, com a abstenção
do Ver. João Antonio Dib.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito o adiamento, por duas
Sessões, da discussão do PLL nº 043/09.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. João
Antonio Dib, que solicita o adiamento, por duas Sessões, da discussão do PLL nº
043/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0541/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/10, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, na Rede Municipal de Ensino, o
Programa Municipal de Alimentação Escolar Diferenciada para Alunos Diabéticos.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 30-06-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 015/10. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação o PLL nº 015/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
com a abstenção do Ver. Sebastião Melo.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0547/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/10, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
que concede a Comenda Porto do Sol ao diretor Luciano Alabarse.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 23-06-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PR nº 004/10. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação o PR nº 004/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 055/10 – (Proc. nº 2541/10 – Ver.
André Carús) – requer Moção de
Solidariedade com o Sr. Alcinei Ourique Barcelos e com o Piquete Cavaleiros de
São Caetano pelo transcurso de 5 anos de existência do Piquete.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento nº 055/10. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5432/09 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 242/09, de autoria dos Vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna,
que inclui § 4º no art. 29 e altera o
inc. XXX do art. 51, ambos da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999 – que
disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e
dá outras providências –, e alterações posteriores, proibindo propaganda que
induza à prostituição e dando outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Luciano Marcantônio: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 02-06-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 242/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLL nº 242/09.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Srs. Vereadores, Sras Vereadores, nós temos o PLCL nº 002/10, que trata da área do Unidão, e
ficou acordado com o Vereador Líder do Governo, João Antonio Dib, e com o
Executivo que será discutido no próximo dia 05. Portanto, hoje não temos mais
Projetos a discutir e votar.
Encerramos a Ordem do
Dia.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 6142/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 264/09, de autoria do
Ver. Mario Manfro, que altera a ementa, o art. 1º e o caput do art. 2º e
inclui arts. 2º-A, 2º-B e 3º-A na Lei nº 6.215, de 14 de outubro de 1988 – que
dispõe sobre adoção de Escolas de 1º Grau por empresas ou pessoas físicas –,
alterada pela Lei nº 7.801, de 14 de junho de 1996, instituindo o Programa
Municipal de Adoção de Escolas e Creches da Rede Municipal de Ensino e dando
outras providências, e revoga o parágrafo único do art. 2º e o art. 3º da Lei
nº 6.215, de 1988.
PROC.
Nº 1852/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/10, de autoria do
Ver. Tarciso Flecha Negra, que obriga os estabelecimentos bancários situados no
Município de Porto Alegre a instalarem em seus caixas de atendimento box
ou dispositivo que impossibilite que a operação realizada pelo cliente seja
visualizada por outras pessoas.
PROC.
Nº 2244/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/10, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre
ao senhor Jair Claudio Kobe.
PROC.
Nº 2270/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Leonilda de Souza o logradouro público
não cadastrado conhecido como Rua 5 – Chácara da Fumaça I –, localizado no
Bairro Mário Quintana.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2255/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/10, de autoria da
Verª Maria Celeste, que inclui art. 36-A na Lei Complementar nº 170, de 31 de
dezembro de 1987 – que revoga a Lei Complementar nº 32 de 07/01/1977,
estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de
abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo DMAE e dá outras
providências –, e alterações posteriores, dispondo sobre o cálculo da tarifa mensal
de água de creches comunitárias e entidades responsáveis pelo Serviço de
Atendimento Socioeducativo (SASE) conveniadas com o Executivo Municipal.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. André Carús está com a
palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro;
Srs. Vereadores, Sras Vereadores, venho aqui porque
está em discussão preliminar de Pauta o PLL nº 098/10, de autoria do Ver. João
Carlos Nedel, que denomina a Rua Leonilda de Souza o logradouro público
conhecido como Rua 5, na Chácara da Fumaça I, localizado no Bairro Mário
Quintana, na Zona Norte de Porto Alegre. Por que faço desta discussão
preliminar de Pauta uma referência muito especial ao bairro Mário Quintana?
Porque lá contamos com diversas áreas consideradas irregulares - e este tema
tem sido tratado com muita atenção por parte desta Casa -, e também é uma
região afetada, e muito, por força dos crescentes congestionamentos que estamos
vivenciando, principalmente nos horários de pico na nossa Cidade. É importante
que nós, enquanto Vereadores, e esta é a razão da iniciativa do Ver.
João Carlos Nedel, do PP, possamos regularizar e proporcionar a nomenclatura
adequada para aquelas ruas que são conhecidas como acesso ou estão ali
colocadas apenas com uma numeração.
Eu queria aproveitar, referindo este tema, e fazer
uma crítica pontual ao que assisti, e cuja repercussão pude ver hoje no encarte
de logística do Jornal do Comércio, da edição desta quarta-feira, 30 de junho.
Ontem, na abertura da Transpo-Sul, evento que é organizado pelo SETCERGS,
Sindicato das Empresas Transportadoras de Cargas, em parceria com demais
entidades, houve uma crítica por parte da presidência e de alguns dirigentes do
SETCERGS com relação a Projeto que protocolamos no último dia 10 de junho nesta
Casa, que limita o tráfego de caminhões em horários de pico nas vias arteriais
com até três faixas de circulação, em Porto Alegre.
Gostaríamos de fazer aqui um desafio à direção do
SETCERGS, àqueles dirigentes, e até mesmo aos transportadores autônomos, para
que nos recebam, que sejam democráticos o suficiente para dialogar e debater
esta matéria. Nós não vamos ficar discutindo propostas relevantes para a
comunidade porto-alegrense pelo jornal ou pela imprensa; vamos debatê-las no
fórum adequado: nesta Casa, na sede do SETCERGS, junto com os transportadores
autônomos, à altura da relevância deste tema.
Nós queremos que esta matéria que limita o tráfego de
caminhões das vias arteriais, já debatida com a Direção da EPTC, onde fomos
muito bem recebidos pelo atual Secretário de Mobilidade Urbana, Romano Botin,
no último dia 22, seja mais debatida. E já existe, por parte da EPTC, um estudo
técnico bastante avançado, a exemplo do que é seguido já em outras Capitais
brasileiras como Curitiba, Florianópolis, São Paulo e Belo Horizonte,
analisando essa limitação.
Não vamos fazer debate pela imprensa ou aceitar
passivamente críticas veladas à nossa proposição. Queremos, a partir de um
diálogo democrático e de um debate consistente, avaliar o que é melhor para a
nossa Cidade. Pela crítica imposta pelo SETCERGS, que hoje é veiculada pelo
encarte do Jornal do Comércio, nós vemos, veladamente, uma proposição de que se
faça a diminuição ou a proibição dos ônibus. Será o transportador de carga, que
dirige essa entidade, contrário aos moradores carentes e aos usuários do
transporte coletivo? Nós queremos fazer este debate em favor da mobilidade
urbana nos horários mais críticos.
Nosso papel aqui, enquanto Vereador e proponente
deste Projeto, não é apenas criar bravata com determinados segmentos da
sociedade, queremos, sim, garantir maior fluidez ao trânsito de Porto Alegre,
fazendo com que os trabalhadores, as famílias, os jovens, todos aqueles que se
deslocam para os seus destinos nas primeiras horas da manhã e no final da
tarde, não convivam com esse cenário absurdo que se desenha, e, é claro,
sabemos que essa não é a solução principal, mas temos absoluta certeza de que contribuirá,
decisivamente, para a diminuição desse cenário, garantindo maior fluidez nas
vias arteriais da nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Anunciamos a presença do Sr. Raul Sérgio dos
Santos, Conselheiro do Orçamento Participativo do bairro Lomba do Pinheiro.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Nelcir Tessaro; ilustres
colegas Vereadores, venho a esta tribuna, hoje, para fazer justiça: na semana
passada, colocávamos aqui alguns Pedidos de Providências com relação ao
transporte coletivo da Região Extremo Sul. Depois de um longo período - foram
mais de nove meses -, acabamos contando com a sensibilidade do Secretário da
EPTC, Romano Botin, e de toda a sua equipe, e, desde segunda-feira, a Região
Extremo Sul, a Região do Lami, passam a ter um ônibus articulado no horário de
pico, pela manhã. Sem dúvida nenhuma, o transporte coletivo, lá naquela Região,
ganhou em qualidade. A saúde física e mental, sem dúvida nenhuma, melhora com
esse aspecto, e a gente que tem todo um tempo vinculado à saúde, observa isso.
Eu venho aqui, de público, agradecer essa sensibilidade.
É claro que não resolveu todos os problemas, claro
que o Secretário ainda vai ter a nossa visita, muitas e muitas vezes, mas, sem
dúvida nenhuma, já ajudou a amenizar o sofrimento daquela população que é tão
periférica na Cidade, que acaba sendo tão excluída dos serviços públicos.
Então, o nosso abraço ao Secretário Romano Botin, principalmente pelo seu
trabalho no sentido de sensibilizar os operadores de ônibus para colocarem um
ônibus articulado na Região do Lami no horário de pico das 6 horas da manhã.
A outra questão que coloco neste Tempo de Liderança
é com relação aos mais de 154 milímetros de chuva que tivemos no último sábado,
e como isso acabou mexendo com a Cidade. Ao ver aquela quantidade de água,
principalmente em alguns locais, apesar de todo o trabalho que as equipes têm
feito no sentido de diminuir esse desconforto para a comunidade, ficamos
realmente preocupados com as mudanças climáticas, com as mudanças ambientais
que o nosso planeta sofre.
Quero também, de público, agradecer aqui o pessoal
do DEP. Nós estivemos, no sábado, durante aquela chuva, lá no Beco da Vitória,
depois lá no Lageado, depois no Jardim Floresta, observando realmente as
dificuldades por que aquelas comunidades passam e passaram naquele momento.
Agradecemos a presença incondicional da turma do DEP, ontem, lá, junto à comunidade,
explicando àquela comunidade do Beco da Vitória os motivos dessa dificuldade de
fluxo de água; e aguardamos pelas providências que foram combinadas ontem.
Com relação à Ponta Grossa, também estivemos lá no
sábado; quero mandar aqui um abraço muito fraterno, um abraço muito carinhoso,
como diz o Ervino, ao Padre Toninho, o padre de Belém Novo, que acolheu o
pessoal que fica lá naquela invasão, no final da Ponta Grossa, no final do
Túnel Verde, levando essa turma para a igreja da Ponta Grossa, e que, enfim,
pôde dar uma noite digna para todos aqueles moradores. Aquela questão da Ponta
Grossa também nos preocupa, preocupa o Dr. Goulart, que está à frente do
DEMHAB, e temos que, ao longo desse processo, encontrar uma alternativa para
isso.
Então, podem ter certeza de que estamos aqui
trabalhando nesse sentido, e procurando, evidentemente, fazer com que essas
situações de aumento de chuva não causem o problema que causou. É claro que a
gente observou que isso ocorreu em toda a Cidade em função de quantidade de
chuva que caiu em dois dias, pois acabou caindo a quantidade de chuva de um mês
inteiro. É importante que, dentro das possibilidades, o setor público possa
agir de forma ágil, como agiu nessa situação, proporcionando qualidade de vida
às pessoas da periferia da Cidade. Muito obrigado, e um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, ocupo este Tempo de Liderança para destacar uma coisa importante
que está acontecendo em Porto Alegre, que é a 12ª Transpo-Sul. O setor de
transportes, o que tem de moderno, de mais avançado, uma tecnologia agregada
muito forte, está promovendo um Congresso no Centro de Eventos da FIERGS. Lá
estão transportadores e operadores de logística. Ontem, na solenidade de
abertura, deu para ver a pujança desse setor. O Rio Grande do Sul é um dos
Estados que mais está desenvolvido no setor de transportes e logística. Nós
temos, aqui, na Serra gaúcha as grandes montadoras de ônibus, de caminhões, de
tratores e de logística, propriamente dita, do armazenamento.
Acontece na FIERGS, para felicidade da cidade de
Porto Alegre, o 12º Congresso dos Transportadores e Logística do Brasil. Estão
aqui especialistas de todo o Brasil e da América Latina para ver as novidades,
para comprar os produtos gaúchos, para ajudar a desenvolver e consumir a nossa
mão de obra especializada. O Rio Grande do Sul provavelmente seja o Estado que
mais vende mão de obra cara, cara no sentido positivo, mão de obra valorizada,
mão de obra altamente qualificada, agregada aos produtos produzidos aqui no Rio
Grande do Sul.
Então, eu queria fazer, daqui desta tribuna, uma
saudação a esse evento, ao Sindicato dos Transportadores de Cargas do Rio
Grande do Sul, o seu Presidente, o Silvano, um grande líder desse setor, junto
com seus pares, com o Caleffi, com todos os líderes das transportadoras e
logísticas do Rio Grande do Sul, que estão dando uma demonstração de que se faz
mais com mais tecnologia; se faz mais com pujança, com coragem, e com espírito
empreendedor. Temos, portanto, um segmento pujante para saudar.
Temos, também, olhando pelo Brasil afora, as
intempéries destruindo as estradas por onde passam esses caminhões. Mas se
fossem só as estradas, que podem ser reconstruídas, seria apenas um prejuízo
material. Porém, nós vimos neste ano as grandes catástrofes enterrando pessoas,
enterrando patrimônios de uma vida toda, cidades sendo destruídas pela
natureza, é verdade. Eu vejo nisso tudo, a Defesa Civil trabalhando com muita
força. Eu quero ver mais recursos para a Defesa Civil preventiva, para a Defesa
Civil que possa olhar e cuidar das áreas de risco, e não recursos para que a Defesa
Civil tire corpos dos escombros.
Então, no momento em que saúdo uma organização
importante como o SETCERGS, também quero fazer um pedido às autoridades para
que invistam na Defesa Civil preventiva para evitarmos catástrofes, e evitarmos
mortos todos os dias sendo desenterrados depois das chuvas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu trato
aqui, neste Tempo de Liderança, do tema do Pronasci e a realização dele em
Porto Alegre. Todos nós estamos na expectativa e estamos assistindo ao sucesso
dos Territórios da Paz, onde governos levaram a sério e desenvolveram as ações.
Vejam o Rio de Janeiro, em que era impensável a pacificação de algumas favelas
- lá chamam de favelas, o que nós estranhamos; nós chamamos de comunidades -, e
com o Território da Paz, com os diferentes programas, a articulação de
programas, com investimentos do Governo Federal, a formação dos agentes de
segurança, com o investimento nos jovens, nas mulheres, isso tem dado muito
certo.
Agora, nos espanta que já não é a primeira vez que
os jornais estão acompanhando aqui a Vila Bom Jesus, uma comunidade
extremamente carente, com problemas de violência, que foi escolhida, numa
parceria do Governo Federal com o Governo Municipal, para ser o espaço para
receber a Praça da Juventude.
Lembro que no ano passado - e aqui o nosso jornal
Diário Gaúcho retoma que, em junho de 2008, o Governo Federal liberou um milhão
e quatrocentos mil reais para obras; estamos falando de 2008 -, um ano depois,
o Lula veio aqui e lança o Território da Paz - isso foi em agosto de 2009. A
Prefeitura não sabia onde seria, houve uma confusão, porque ali há um grande
empreendimento da Rossi; teria que mudar a Escola Lea Rosa... Eu participei
dessa negociação da reconstrução da Escola Lea Rosa para liberar a área. Para o
nosso espanto - estamos em junho de 2010 - sequer a licitação da obra foi para
rua. Eu fui cobrar de quem tem informações do Governo Federal, e o que o
Governo Federal diz? Diz que no País inteiro as Praças da Juventude estão sendo
feitas por um milhão e quatrocentos mil reais, e aqui, Ver. Tessaro, a proposta
é que o custo é de dois milhões e setecentos mil reais; dois milhões e alguma
coisa. Daí não tem condições, porque o Programa tem uma série de outras
implicações. Não é porque a área é maior, ou porque o Município ganhou o
Projeto - está bem, é uma parceria -, que nós vamos ter que exigir do Governo
Federal um milhão e tanto a mais, e perder os recursos.
Nós estamos em cima do período eleitoral e eu não
sei se vamos conseguir executar para a cidade de Porto Alegre a esperada Praça
da Juventude na Vila Bom Jesus. É impressionante a falta de prioridade, de
capacidade de articulação de ações! Ali a Rossi me informava, Ver. Comassetto,
e eu sei disso, porque muito participei de negociações junto à Escola Lea Rosa,
a Rossi tem muitas contrapartidas a dar. O empreendimento da Rossi é enorme, e
era possível negociar com ela de fazer um pouco mais, um pouco menos na praça,
que ela desse uma contrapartida. A própria Prefeitura tem 10% para aplicar.
Agora, é inaceitável que o Governo Municipal ainda não tenha iniciado a obra!
Eu tenho pena, porque o Prefeito Fortunati, segundo o jornal, em abril mandou
iniciar a obra! Até ontem, diz o jornal - eu creio que o jornal não está
mentindo, e ontem significa anteontem, porque essa matéria é de ontem;
portanto, até segunda-feira -, sequer a Secretaria do Meio Ambiente havia
recebido os Projetos, ou seja, não foi encaminhada a licitação da nova praça.
Não há nenhuma condição de o Município de Porto
Alegre, com os níveis de violência que vivemos, com a situação de pobreza,
abrir mão de um recurso como esse por incompetência, por burocracia, por
incapacidade de articulação.
Acho que a Câmara de Vereadores deveria, através de uma das suas Comissões, Ver. Comassetto, fazer uma vistoria, verificar essa situação e intermediar mais uma vez, lamentavelmente. No ano passado, assim o fizemos, inclusive chamando o Governo do Estado para acertar a área. Agora, estamos, de novo, sem saber por que o Governo não toma providências.
Mais uma vez, o Governo Federal está oferecendo recursos, e o Município de Porto Alegre não está aproveitando. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h01min.)
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